Saúde 24 terá novo algoritmo que permitirá maior atendimento

  • Lusa
  • 28 Dezembro 2021

O novo algoritmo da Linha Saúde 24 deve estar funcional ainda esta terça-feira. Marta Temido pede ainda "alguma paciência" para as dificuldades em marcar um teste.

A Linha Saúde 24, que está em sobrecarga, terá “nas próximas horas” um algoritmo diferente que permitirá “uma maior fluidez do encaminhamento” das chamadas, disse esta terça-feira a ministra da Saúde.

Os algoritmos de trabalho e de encaminhamento têm estado a ser revistos nos últimos dias, nas últimas horas, e acabaram de ser revistos pela Serviços Partilhados [do Ministério da Saúde] e pela Direção-Geral da Saúde e estimamos que nas próximas horas possamos estar com um algoritmo diferente na linha que permita uma maior fluidez do encaminhamento”, disse Marta Temido em declarações à agência Lusa no Ministério da Saúde.

No entanto, advertiu, com o número crescente de novos casos de covid-19, “as melhorias, provavelmente, vão sentir-se muito ligeiramente”. “Sabendo que neste momento os níveis de serviço não são aqueles que prestávamos e a que a Linha Saúde 24 nos habituou, temos que ter a perceção de que neste momento estamos com largos milhares de contactos a acontecerem ao mesmo tempo e que isso gera sobrecarga”, salientou Marta Temido.

A ministra recordou que “já na semana passada, alguns dias antes do Natal”, a operadora da Linha Saúde 24 (808 24 24 24) começou a sentir “uma elevada pressão” na utilização do serviço por parte de pessoas que tiveram contacto com um caso covid-19 ou um caso suspeito e que procuram a linha para saber o que devem fazer.

Segundo Marta Temido, já nessa altura começou a ser feito o reforço da Linha Saúde 24, que já estava previsto para esta altura, mas que foi intensificado com “a contratação de mais pessoas para reforçar o número de operadores disponível, quer pelo alargamento dos perfis dos operadores que podem fazer atendimento e emitir a prescrição de testes”, bem como a abertura de novos locais de atendimento deslocalizados no país, nomeadamente em Beja e Coimbra.

Sobre o recrutamento de recursos humanos para a realização de inquéritos epidemiológicos, adiantou que as Administrações Regionais de Saúde estão no terreno a fazer uma “procura ativa de meios”.

“O que neste momento acontece é que temos vários níveis de procura de prestadores de cuidados de saúde, na vacinação, nos hospitais, nas áreas dedicadas a doentes respiratórios, nos testes, na Linha Saúde 24, nos rastreios e, portanto, os profissionais de saúde não cresceram exponencialmente à medida que está a crescer exponencialmente a necessidade dos serviços que prestam”, lamentou Marta Temido.

Por isso, salientou, “não basta ter disponibilidade para contratar é preciso também que essa disponibilidade se concretize em respostas efetivas e isso nem sempre é fácil”.

Ministra assegura esforços para mais testes e “à maior velocidade possível”

A ministra da Saúde manifestou ainda preocupação relativamente às dificuldades relatadas por utentes para fazer o rastreio à covid-19, mas assegurou que está a ser feito um esforço para disponibilizar “o maior número de testes” e à “maior velocidade possível”.

Marta Temido respondia à agência Lusa sobre queixas de pessoas que tiveram um contacto de alto risco e que têm dificuldade em encontrar um laboratório disponível para fazer um teste PCR de rastreio aos vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.

“De facto, há um sinal de preocupação relativamente àquilo que é a dificuldade que as pessoas têm estado a reportar de fazer alguns agendamentos, mas temos também que perceber que neste momento todos aqueles que podem contribuir para a melhoria da situação estão a trabalhar em conjunto para o poder fazer”, afirmou a ministra nas declarações à Lusa no Ministério da Saúde.

Marta Temido apontou que, desde a associação de distribuidores, a Associação Nacional de Farmácias, ao Ministério da Saúde, aos laboratórios, às farmácias à própria academia, há um envolvimento de todos para “disponibilizar o maior número de testes possível e à maior velocidade possível”.

Adiantou que estas situações de “saturação da procura” estão a acontecer em vários países da Europa. “Compreendemos a situação, mas uma vez mais temos que ter alguma paciência porque estamos todos a trabalhar no sentido de disponibilizar o melhor resultado possível”, vincou.

Dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge divulgados no domingo indicavam que “Portugal alcançou, nos dias 23 e 24 de dezembro, dois novos máximos de testagem diária à covid-19, com mais de 620 mil testes de diagnóstico realizados em apenas dois dias”, sendo a taxa de positividade de 4,6%”.

Segundo o INSA, do total de testes efetuados, cerca de 132 mil foram testes TAAN/PCR e mais de 488 mil Testes Rápidos de Antigénio (TRAg) de uso profissional. Estes números não incluem os autotestes.

Até domingo, foram realizados em Portugal mais de 25 milhões de testes de diagnóstico, aproximadamente 16,2 milhões de testes TAAN/PCR e cerca de 8,9 milhões de TRAg de uso profissional.

Em dezembro, Portugal registou números de testagem diária superiores a 100 mil testes em 19 dos 24 dias já contabilizados, tendo em quatro desses dias superado a fasquia dos 200 mil testes diários.

 

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