Acidentes de Trabalho: Portugal é o pior entre 30 países europeus

  • ECO Seguros
  • 3 Março 2022

Mortalidade por acidentes de trabalho a decrescer na última década, as vendas de apólices no ramo cresceram 165 milhões de euros desde 2018, agora com a Generali a liderar.

Portugal lidera em acidentes de trabalho entre 30 países europeus, seguido de perto pela França e com a Espanha em terceiro lugar, indica um ranking organizado pela consultora britânica Claims.co.uk, baseado em estatísticas do Eurostat relativas a 2019 (UE+2). Nesse ano, com 2 848 acidentes de trabalho por cada 100 000 residentes, Portugal apresentou a taxa mais elevada de sinistros de trabalho envolvendo pessoas em idade ativa (trabalhadores). O Top 5 completa-se com França, Espanha, Luxemburgo e Alemanha, por esta ordem.

O estudo (de acesso condicionado) detalha tipo de danos corporais e lesões resultantes dos acidentes de trabalho (traumatismos, fraturas, mais outras lesões e ferimentos). “A análise mostra que os acidentes de trabalho são mais prevalentes nuns do que em outros países europeus,” disse Sasha Quail, da Claims.co.uk, entidade que presta consultoria jurídica e acompanhamento em processos de indemnização por acidentes de trabalho (trabalhador vs empregador) no Reino Unido.

Dados da plataforma Pordata mostram que a mortalidade resultante de acidentes de trabalho tem decrescido em Portugal, recuando para menos de 200 casos fatais por ano na última década e a diminuir para pouco mais de uma centena em 2019, ano. O número de acidentes de trabalho desceu, pela primeira vez em cerca de 20 anos, mantendo-se em 2018 e 2019 a um nível inferior a 200 mil e a fixar mínimos desde 2013 (menos de 196 mil no ano pré-pandemia).
Face a tendência de decréscimo nos acidentes de trabalho com desfecho fatal, as vendas de seguros (Acidentes de Trabalho) cresceram em Portugal, perto de 165 milhões de euros entre 2018 e 2021. Números da APS indicam incremento, de 800,62 milhões de euros em 2018, para cerca de 895,1 milhões no ano seguinte, 905,56 milhões em 2020, para 965,28 milhões de euros no ano passado, uma subida a rondar 20,5%. Depois de 3 anos com o grupo Fidelidade na frente do mercado, a Generali Seguros – após ter concluído integração da Tranquilidade – assumiu liderança do segmento em 2021 com 278,13 milhões de euros de produção e 28,8% de quota. Fidelidade (256,39 milhões e 26,6% de participação) e Allianz (102,69 milhões e 10,6%) completam o pódio. O Top 5 forma-se com Ageas e Zurich, respetivamente no quarto e quinto lugar.

UE contabiliza 3,1 milhões de acidentes de trabalho

Indicadores do Eurostat relativos a 2019 (com códigos de NACE menos abrangentes em comparação com os da Pordata/INE) indicam 131,7 mil acidentes em ambiente de trabalho em Portugal, ligeiramente acima dos 130 434 no ano anterior e a fixar o quarto ano mais acidentado no intervalo temporal de 2014 a 2019.

Nos 28 países da União Europeia (pré-Brexit) em 2019, mais de metade (56,7 %) dos 3,1 milhões de acidentes não mortais no trabalho na UE ocorreram quando uma pessoa se encontrava no seu posto de trabalho habitual ou na unidade de trabalho local habitual. Estes acidentes dizem respeito a postos de trabalho fixos numa oficina, loja, escritório e, de um modo mais geral, nas instalações da unidade local do empregador.

Quanto aos acidentes de trabalho mortais na UE, o Eurostat contabiliza 3 408 sinistros em 2019. Os dados relativos aos acidentes de trabalho fatais apontam percentagem de ocorrência mais elevada em zonas públicas (25,9 %), seguidas de acidentes em estaleiros industriais (18,8 %), estaleiros de construção, pedreiras ou minas a céu aberto (17,3 %) e explorações agrícolas, piscícolas e zonas florestais (10,0 %).

Estas estatísticas sobre acidentes trabalho (ESAW) são fonte principal de dados da UE relativos a saúde e segurança no trabalho, incluindo indicadores sobre os acidentes de trabalho que resultam em, pelo menos, quatro dias civis de ausência do emprego e englobam os acidentes mortais.

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