Navigator suspende vendas para a Rússia e Bielorrússia “por tempo indeterminado”

O grupo liderado por António Redondo ainda está a avaliar o impacto da guerra no negócio, mas frisa que a exposição direta aos mercados da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia é de “menos de 1%" das vendas.

A The Navigator Company decidiu suspender a comercialização de produtos no mercado russo e bielorrusso. A posição tomada na semana passada é justificada com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e vai prolongar-se por tempo indeterminado.

“A Navigator demonstra o seu total repúdio pelo atual conflito militar apoiando as sanções económicas que têm vindo a ser aplicadas desde o início da invasão da Ucrânia. Esta guerra já resultou em elevadas perdas humanas e materiais e obrigou a deslocações em massa de refugiados. Trata-se de uma situação dramática que nenhum europeu pensou voltar a viver e que deixará certamente marcas profundas durante muitos anos”, sublinha.

Em comunicado enviado às redações, a produtora de papel, que exporta para um total de 130 países, sublinha que está a “acompanhar em permanência a evolução do conflito, monitorizando o seu impacto nos mercados onde atua, bem como em toda a cadeia de abastecimento”.

“Ainda não é possível estimar com razoável grau de confiança as eventuais consequências do atual conflito na atividade da empresa, sendo a exposição direta da The Navigator Company aos mercados da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia menos de 1% da sua faturação”, resume. Ainda assim, segundo os dados facultados ao ECO pelo Instituto Nacional de Estatística, a antiga Portucel foi a maior exportadora portuguesa para a Ucrânia nos últimos dois anos.

Por outro lado, estima que “o forte aumento dos custos de energia e, direta e indiretamente, dos custos de logística e de várias commodities terá um forte impacto em toda a indústria no espaço europeu, pressionando ainda mais a inflação o que penalizará a recuperação do crescimento económico”.

Com sede em Setúbal e fábricas também em Cacia (Aveiro) e na Figueira da Foz, a Navigator aumentou os lucros em 57% em 2021 e fechou o exercício com vendas de perto de 1.600 milhões de euros, mais 15% do que no ano anterior. O aumento das encomendas e dos preços praticados permitiu compensar o aumento dos custos.

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