Gasóleo já é mais caro que a gasolina em 71 postos

São perto de uma centena os postos de abastecimento, verificados pelo ECO, com gasóleo mais caro que a gasolina. Preço médio do gasóleo simples atinge os €2,045 e encher um depósito custa €102,25.

Perto de uma centena de postos de abastecimento em Portugal continental estão a vender gasóleo a um preço mais caro que a gasolina, segundo dados avançados pelo portal Mais Gasolina. Em média, encher um depósito de 50 litros de gasóleo simples custa 102,25 euros, e 105,4 euros para o gasóleo aditivado.

De norte a sul do país, o preço médio do gasóleo simples atingiu os €2,045, contra €2,108 no aditivado, um aumento de €0,109 e €0,107, respetivamente, desde 11 de março. Os postos da Cepsa em Guimarães, Porto – Parque da Cidade (Circunvalação), Solum (Coimbra), Alvalade, Beja, e na Rotunda do Aeroporto de Faro, são apenas alguns dos postos onde já é possível encontrar não só o gasóleo simples, como o aditivado, a preços superiores ao da gasolina. Por sua vez, nos postos de combustíveis low cost, também já é possível encontrar a gasolina e o gasóleo simples ao mesmo preço.

Nos postos de abastecimento de referência mencionados, o preço do gasóleo simples pode ir dos €2,076 até aos €2,126, e dos €2,064 aos €2,114 no caso da gasolina 95 simples, enquanto no gasóleo aditivado, este pode variar entre os €2,116- €2,166, contra os €2,109 na gasolina 95 aditivada. A lista verificada pelo ECO já conta com mais de 70 postos em Portugal continental onde, pelo menos, o gasóleo simples ultrapassa o valor da gasolina 95 simples.

Segundo os últimos dados, referentes a janeiro de 2022, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), o consumo de gasóleo no país correspondeu a 64% do total, o jet 15%, a gasolina 13%, e o GPL 7%, pode ler-se no Boletim do Mercado de Combustíveis e GPL. Em janeiro de 2022 consumiu-se cerca de 551,1 kton de combustíveis derivados do petróleo, um aumento de 22,6% ao período homólogo de 2021, mas um valor 30,2% abaixo do consumo em janeiro de 2020.

A subida para níveis históricos do preço dos combustíveis está a ser muito influenciada pela invasão russa da Ucrânia. Dados do The Washington Post (acesso condicionado) indicam que a Rússia é o maior exportador de petróleo, e o terceiro maior produtor no mundo.

A Rússia domina ainda o mercado de produção mundial de gasóleo de vácuo (VGO). Segundo a Galp, “a Rússia é responsável por metade da produção mundial deste produto, que é uma das matérias-primas utilizadas para a produção de gasóleo na refinaria de Sines”. Em função disto, a petrolífera, já se juntou à lista crescente de empresas a deixar de negociar com a Rússia, ou empresas desse país, estando atualmente a fazer planos para o fornecimento alternativo de VGO, ou “para operar a refinaria a um ritmo limitado”, pode ler-se em comunicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMCV). Contudo, a petrolífera assegura que “vai continuar a assegurar o fornecimento de combustíveis ao mercado português”.

Esta segunda-feira, as cotações do “ouro negro” afundaram quase 7% e afastaram-se dos máximos históricos registados nas últimas semanas, pelo que uma eventual próxima subida dos combustíveis pode não ser tão expressiva como as anteriores. Depois dos máximos desde 2008 alcançados com o início da guerra na Europa, o Brent recuou 6,6% em Londres, para os 105,24 dólares, face à possibilidade de um entendimento na Ucrânia.

Nota: Só foram considerados os preços atualizados a 14 de março de 2022, e todos os preços expostos na plataforma Mais Gasolina são comunicados pelos próprios utilizadores.

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