Mota-Engil perto de ganhar duelo ibérico para construir maior hospital do país

O Hospital de Lisboa Oriental é a maior obra pública da última década. Relatório preliminar do júri dá vantagem à Mota-Engil e candidatos já responderam. Falta homologação do Governo.

A Mota-Engil está à frente no concurso para a construção e concessão do Hospital de Lisboa Oriental (HLO), a maior obra pública do país na última década, com um valor-base de 334,5 milhões de euros. O júri do concurso já terminou a análise técnica das propostas da Mota-Engil e da espanhola Sacyr, as duas finalistas, e o grupo liderado por Gonçalo Moura Martins ficou à frente, apurou o ECO.

Depois das respostas dos dois candidatos finalistas, cujo prazo terminou esta quinta-feira, aguarda-se agora para breve a homologação oficial do resultado e adjudicação da obra. A instalar em Marvila numa área total de 180.000 metros quadrados, o novo hospital de Lisboa terá uma capacidade mínima de 875 camas e vai substituir seis hospitais da área de Lisboa (S. José, Curry Cabral, Maternidade Alfredo da Costa, Estefânia, Santa Marta e Capuchos).

Os dois concorrentes chegaram à fase final do concurso para apresentação de uma BAFO (Best and Final Offer), depois de uma corrida que tinha oito consórcios concorrentes. A Mota-Engil e a Sacyr entregaram as propostas finais em setembro e entraram, depois, num processo negocial competitivo, que envolvia preço e modelo técnico. O Jornal de Negócios noticiou, em agosto de 2021, que a proposta final da Sacyr seria a mais vantajosa do ponto de vista económico, mas a da Mota-Engil a mais robusta do ponto de vista técnico. E a ponderação dos dois fatores daria uma vantagem aos espanhóis. Agora, apurou o ECO, a Mota-Engil passou para a frente na avaliação global, incluindo uma redução do valor da operação. O Jornal de Negócios avança na edição desta quinta-feira que a proposta da Mota-Engil é da ordem dos 257 milhões de euros, valor que o ECO também confirmou, enquanto a proposta da Sacyr é de 244 milhões. Apesar desta diferença, a valoração de todos os indicadores pôs a Mota-Engil à frente do concurso.

Após as negociações ‘one-on-one, e ponderados os fatores preço e projeto técnico, o júri do concurso, liderado por Rita Cunha Leal, consultora da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP), decidiu-se pela proposta da Mota-Engil. Mas até à publicação desta notícia, não foi possível apurar o valor final da oferta da Mota-Engil, liderada por Gonçalo Moura Martins, que é inferior à proposta inicial de cerca de 333 milhões de euros. Sabe-se, isso sim, que o Estado terá um encargo anual da ordem dos 16 milhões de euros ao longo do período do contrato, que será de 27 anos após a construção, agora ajustado aos novos valores.

No despacho que deu o seguimento ao lançamento do concurso do novo Hospital de Lisboa Oriental, em 2017, o Governo referia que os “resultados obtidos com o estudo económico-financeiro constante do Relatório Final” que suporta a decisão de construção “permitem concluir, sem qualquer dúvida, que o projeto de implementação do HLO, em substituição das atuais seis unidades hospitalares que integram o CHLC, tem um potencial muito significativo de poupanças futuras para o Estado“. Por outro lado, “a poupança estimada com a construção do HLO não se traduz apenas em aspetos financeiros, mas também, com significativo relevo, na melhoria da acessibilidade e da qualidade assistencial que advirá da existência de uma estrutura moderna e adequada à prestação de cuidados de saúde no século XXI“.

Com o novo hospital, refere o Governo, haverá uma resposta mais adequada “ao aumento do ambulatório e o ajuste do modelo assistencial às novas necessidades e técnicas em saúde, prevendo-se, nomeadamente, um maior peso da atuação na medicina preditiva e preventiva“.

(Notícia atualizada às 07h43 com informação sobre o valor da proposta de cada consórcio)

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