Hannover Re é a 5ª seguradora a chumbar o oleoduto da África Oriental

  • ECO Seguros
  • 29 Março 2022

Depois da Swiss Re, Axa, Zurich e SCOR, a resseguradora alemã decidiu que não vai cobrir os riscos do novo pipeline de ligação Uganda-Tanzânia. A pressão está agora na Munich Re e Lloyd's Of London.

A Hannover Re é a mais recente seguradora a rejeitar o EACOP (East African Crude Oil Pipeline), o projeto do novo oleoduto da África Oriental, juntando-se à Swiss Re, Axa, Zurich e SCOR no compromisso público de não subscrever riscos relacionados com o pipeline.

São mais de 1400 km de pipeline. A alternativa são 2 mil camiões diários.

Depois da seguradora estatal francesa SCOR se ter comprometido a não segurar o EACOP, a Hannover Re seguiu o exemplo, afirmando não fornecer cobertura de resseguro para o EACOP por isso significar o descumprimento das suas expectativas ESG.

A declaração da Hannover Re aumenta os problemas que o oleoduto e os seus campos de petróleo associados estão a enfrentar. A lista de financiadores e seguradoras que rejeitam o EACOP está a aumentar aguardando-se para breve uma posição da Munich Re e da Lloyd’s of London.

Com a Hannover Re, passam a cinco as maiores seguradoras e resseguradoras do mundo a recusar a cobertura da EACOP juntando-se a 15 bancos comerciais ao renunciar ao projeto.

O oleoduto da África Oriental, projeto de 3,5 mil milhões de USD, é uma infraestrutura de exportação de petróleo bruto de 1.443 km que transportará o petróleo bruto de Kabaale – Hoima, no Uganda, para a península de Chongoleani, perto de Tanga, na Tanzânia, de onde seguirá para os mercados internacionais. Tem uma extensão de 296 km no Uganda e 1.147 km na Tanzânia e é composto por um oleoduto enterrado isolado de 24 polegadas, 6 estações de bombeamento (2 em Uganda e 4 na Tanzânia) e um terminal marítimo de exportação.

Como o petróleo bruto de Uganda é muito viscoso à temperatura ambiente, precisa ser aquecido a uma temperatura de 50° celsius para não solidificar. Para manter essa temperatura de operação, o oleoduto será aquecido eletricamente para manter o petróleo em estado líquido ao longo de todo o percurso. A alternativa ao oleoduto seria o transporte rodoviário do petróleo bruto diariamente por mais de 2 mil camiões aquecidos, gerando riscos à segurança rodoviária, bem como riscos acrescidos nas áreas ambientais e sociais.

Os promotores do projeto, que começa a ser construído este ano e entra em operações em 2025, são a TotalEnergies empresa francesa de energia, a CNOOC (China National Offshore Oil Company) a maior produtora de petróleo bruto e gás natural offshore na China e as empresas estatais Tanzania Petroleum Development Corporation (TPDC) e The Uganda National Oil Company (UNOC).

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