“CDS só terá salvação se estivermos todos no mesmo barco”, diz Francisco Rodrigues dos Santos

Francisco Rodrigues dos Santos diz que herdou um "legado negro", mas rejeita "ajustes de contas" e apela à união. O líder cessante avisa que é a "última oportunidade" de evitar desaparecimento do CDS.

O líder cessante do CDS assegura que na sua liderança “nunca houve nem haverá lugar para ajustes de contas” e culpa o Governo PSD-CDS pelo declínio dos centristas. Sobre o novo ciclo, Francisco Rodrigues dos Santos diz que esta é a “última oportunidade” de resistir ao desaparecimento e apela à união do partido. “O CDS só terá salvação se estivermos todos no mesmo barco”, avisa.

Apesar de apesar de assumir com “humildade” os resultados obtidos nas legislativas de 30 de janeiro, Rodrigues dos Santos diz que não pode ignorar o “legado negro” que herdou, deixando duras críticas ao Governo PSD-CDS nos tempos da troika.“Nestes 10 anos pagámos a fatura da impopularidade, das inevitáveis políticas de salvação nacional do Governo da PAF, a que tivemos orgulho de pertencer, junto do nosso eleitorado tradicional”, sinalizou no discurso do Congresso do CDS, que irá eleger o próximo líder dos centristas.

O centrista sinaliza ainda que nos últimos 10 anos “o CDS perdeu 580 mil votos e 24 deputados”. Nesse sentido, Francisco Rodrigues dos Santos diz que quanto tomou as rédeas do partido a “realidade mostrou-se cruel”, tendo a sua direção recebido um “CDS falido, dois novos partidos sentados no Parlamento a concorrer” com o partido, “o pior resultado de sempre nas europeias e nas legislativas”. Além disso, o líder cessante destaca ainda que “estava fora do Parlamento” e que a somar-se a isso houve uma pandemia “que paralisou a nova liderança no terreno e impediu novas formas de o recuperar”.

Rodrigues dos Santos deixa ainda duras críticas à forte oposição interna que teve de enfrentar, mas apela à união do partido para este novo ciclo, garantindo que enquanto militante “nunca houve nem haverá lugar para ajustes de contas”. Para o líder cessante, esta é “última oportunidade” para resistir ao desaparecimento do partido e diz que “o próximo presidente do CDS não pode ter os seus adversários dentro do próprio partido”. “O CDS só terá futuro se não repetir as vergonhas do passado. O CDS só terá salvação se tivermos todos no mesmo barco”, concluiu.

Este fim de semana decorre, em Guimarães, o 29.º Congresso do CDS-PP, onde serão votadas 10 moções e será escolhido o próximo presidente dos centristas, depois de nas últimas eleições o partido não ter conseguido eleger, pela primeira vez na sua história, nenhum deputado para a Assembleia da República. Na corrida à liderança do partido está Nuno Melo, Miguel Mattos Chaves, Nuno Correia da Silva e Bruno Filipe Costa.

Nuno Melo diz querer “salvar o CDS” e falar “do futuro e para fora”

O candidato à liderança do CDS-PP Nuno Melo afirmou este sábado que decidiu avançar “porque é tempo de salvar o CDS”, avisando que para tal o partido tem de falar para fora e do futuro.

Na intervenção de apresentação da sua moção perante o 29.º Congresso do CDS-PP, “Tempo de Construir”, Nuno Melo manifestou confiança de que “o CDS vai dar a volta aos momentos tão difíceis do presente”, disse citado pela Agência Lusa.

“Mas o CDS terá de o fazer a falar sobre o futuro e para fora e não sobre passado e para dentro.”, avisou o antigo deputado, que foi aplaudido de pé pela maioria do Congresso no arranque da sua intervenção.

Nuno Melo justificou a sua candidatura “no momento mais difícil” dos 47 anos do partido, quando perdeu a representação parlamentar, para devolver ao CDS o que o partilho lhe deu. “Estou aqui porque é tempo de salvar o CDS”, sublinhou.

(Notícia atualizada às 14h17 com as declarações de Nuno Melo)

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