Novos conflitos e pandemia aumentam desordem social e criminalidade global, diz Prosegur Research

  • Servimedia
  • 6 Abril 2022

A polarização, a erosão da confiança nas instituições e as circunstâncias económicas, sanitárias e sociais dos últimos meses foram as principais causas, segundo um relatório da Prossegur Research.

O mundo está a experimentar um “extraordinário aumento da desordem social”, bem como um aumento do crime organizado e da governação criminal, de acordo com a Prosegur Research, plataforma de análise recentemente criada pela Prosegur sobre o presente e o futuro da segurança global, noticia a Servimedia.

A extrema polarização, a forte erosão da confiança nas instituições e as difíceis circunstâncias económicas, sanitárias e sociais vividas nos últimos meses, especialmente na sequência da pandemia da Covid-19, contribuiriam significativamente para este aumento da desordem social.

Estas são algumas das tendências incluídas nos dois primeiros relatórios deste observatório sobre o presente e o futuro da segurança global, “Um mundo diferente: chaves para o futuro” e “O mundo em 2022”, com base nos quais os analistas da Prosegur Research estabeleceram as sete chaves para o futuro que estão a moldar um novo ambiente global e que terão impacto na perceção e gestão dos riscos de segurança nos próximos anos.

Como salienta a revista The Economist, a democracia sofreu um retrocesso em 70% dos países do mundo em 2020, com uma deterioração adicional em 45% deles no último ano. Estes resultados baseiam-se na primeira das chaves apresentadas pela Prosegur Research: a existência de um poder difuso e descentralizado, distribuído entre atores estatais e não estatais (lobbies, grandes empresas tecnológicas). Salienta também que, a par de um certo grau de desglobalização física, existe uma ameaça de fragmentação do mundo em blocos. As autocracias têm aumentado o seu peso.

Por outro lado, os relatórios sublinham a significativa fragmentação social e a volatilidade e incerteza do mundo de hoje como outra questão chave. A este respeito, observam que, globalmente, houve um aumento de 244% de motins e manifestações antigovernamentais entre 2011 e 2019.

A fadiga pandémica é também citada entre as razões para o sentimento de protesto, aumentando a perceção do choque sistémico. A este respeito, o Fundo Monetário Internacional já alertou para o aumento da agitação social resultante dos impactos económicos e sociais da pandemia e do recente conflito na Ucrânia.

A terceira chave, de acordo com a análise da Prosegur Research, é a procura de novos modelos económicos, mais inclusivos de todos os atores envolvidos na economia, como reação à crise financeira de 2008 e aos impactos económicos da Covid-19. Neste momento, a crise da Ucrânia está a emergir como um dos acontecimentos que mais acentua os problemas da cadeia de abastecimento e a inflação a nível global.

Os relatórios também destacam o surgimento de uma nova onda de consciência social, que está a reforçar a resiliência comunitária e a solidariedade social como contraponto ao desespero, à fadiga pandémica e à vulnerabilidade às crises sanitárias, económicas e ambientais.

A convergência tecnológica é outro motor fundamental, uma vez que contribuirá a um ritmo acelerado para redefinir setores e melhorar serviços e produtos. No entanto, como os analistas da Prosegur Research salientam, o seu potencial disruptivo e de convergência significa uma amplificação das superfícies de ataque, como é o caso do cibercrime em dispositivos móveis, IoT e cloud. Isto é agravado pela emergente guerra fria tecnológica gerada pela crise do microchip e dos semicondutores.

Por outro lado, os dois primeiros relatórios da Prosegur Research apontam a pandemia como um fator que levou à expansão do conceito de saúde física para uma saúde holística, que inclui a saúde mental, alimentar e social. Segundo os especialistas, “70% dos últimos surtos epidémicos têm a sua origem na desflorestação e, portanto, o risco do aparecimento de novas pandemias é apenas uma questão de tempo“.

A sétima e última das chaves que apontam como configurador do novo ambiente global é a procura de um equilíbrio entre crescimento económico, cuidado com o ambiente e bem-estar social, que se materializa atualmente na exigência dos cidadãos de que as empresas respeitem os critérios mínimos de ESG. Entre outros dados, é destacado que os consumidores escolhem empresas ambiental e socialmente conscientes, e 70% têm isto em conta na escolha de uma marca.

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