Seguradoras querem investir em ativos alternativos e mais verdes
Número de seguradoras que integram ESG nas decisões de investimento mais do que duplicou na região EMEA face à realidade no período pré-pandemia, indica relatório da Goldman Sachs Asset Management.
Responsáveis financeiros de mais de 300 seguradoras em todo mundo revelam mais otimismo relativamente a oportunidades de investimento, face ao sentimento manifestado em 2021 e 2020 na indústria seguradora, agora focada em melhorar rendibilidade e eficiência de capital, orientando as carteiras para ativos alternativos e, em maioria, mais atentos aos fatores ESG (sigla internacional para Ambiental, Social e Governança), conclui um inquérito conduzido pela Goldman Sachs Asset Management (GSAM), área de gestão de ativos do banco norte-americano.
Os autores do “Re-emergence: Inflation, Yields, and Uncertainty” notam que o inquérito que serve de base ao estudo foi realizado num período em que a tensão Rússia-Ucrânia já era evidente, momento anterior ao início da guerra. O conflito militar veio acrescentar incerteza e volatilidade no mercado de valores mobiliários, elementos que obrigam a abordagem ainda mais cuidada na perspetiva do risco. Apesar disso, a GSAM evidencia alterações nas decisões de investimento, com os gestores de carteira a procurar tirar partido da pressão inflacionista. Em 2022, além de mais focados nas rendibilidades e atenção a fatores ESG, 44% dos inquiridos querem reforçar aposta em ativos privados (private equity) e 42% pretendem alocar recursos a obrigações verdes (green bonds) e investimentos de impacto.
A preferência por green bonds e obrigações de impacto é manifestada por 59% dos inquiridos na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). Ainda, de acordo com o estudo, 37% do universo global de inquiridos apostará, este ano, em dívida de empresas e 31% em imobiliário. Quanto à sustentabilidade, o estudo afirma que os fatores ESG são considerados em 92% das seguradoras e tornaram-se elemento central no processo de decisão (de investimento) para 21% dos inquiridos (37% na geografia EMEA. Em 2019, nesta região apenas 14% integravam ESG como fator de decisão).
Outro aspeto salientado no inquérito e que, entretanto, a guerra na Ucrânia já alterou refere-se à avaliação dos níveis de incerteza. O otimismo de 63% dos inquiridos que afirmam que as condições de investimento se mantêm (32%) ou melhoraram (31%) em 2022, contrasta com 40% das opiniões recolhidas em 2021. Já o pessimismo, manifestado por 71% e 60% das respostas, respetivamente em 2020 e 2021, passam a ser 37% no inquérito de 2022.
A 11ª edição do Goldman Sachs Insurance Asset Management, inquiriu 328 responsáveis de companhias seguradoras, entre os quais 271 Chief Investment Officers (CIO), 50 Chief Financial Officers (CFO) e outros sete acumulando ambas as funções e que, em conjunto representam 13 biliões de dólares em ativos, ou metade de toda indústria seguradora mundial, nota a instituição financeira.
Os resultados apresentados no relatório baseiam-se em informação recolhida em inquéritos respondidos até 16 de fevereiro. A região EMEA representou 41% da distribuição geográfica do inquérito e as linhas de seguros de Vida e não-Vida pesaram, em conjunto, mais de 70% das opiniões recolhidas no questionário, cabendo ao setor de resseguro 18% das respostas.
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