Portugal com 10.ª eletricidade e 13.º gás natural mais caros da UE no segundo semestre de 2021

  • Lusa
  • 29 Abril 2022

Portugal tem a terceira componente de taxas e impostos mais elevada da Europa no consumo doméstico de eletricidade, e a quinta mais elevada no consumo doméstico de gás natural.

Portugal foi o décimo país da União Europeia (UE) com o preço mais alto de eletricidade para consumo doméstico e o 13.º no que diz respeito ao gás natural no segundo semestre de 2021, informou esta sexta-feira a ERSE.

De acordo com os boletins de comparação de preços de eletricidade e de gás natural divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), com base em dados do gabinete estatístico europeu (Eurostat), “no segundo semestre de 2021 Portugal registou os preços de eletricidade mais baixos tanto para o segmento doméstico, como para o segmento não-doméstico, em comparação com Espanha, a média da União Europeia e a média da Área do Euro”.

No segundo semestre de 2021, o preço médio da eletricidade no setor doméstico nos 27 países da UE fixou-se em 0,2447 euros por quilowatt-hora) e na Zona Euro nos 0,2569 euros/kWh), 7% e 12% mais caro, respetivamente, do que o valor praticado em Portugal (0,2296 euros/kWh).

Espanha apresenta preços de eletricidade 27% e 12% superiores aos preços de Portugal, para os segmentos doméstico e não-doméstico, respetivamente”, nota a ERSE, precisando que “o preço médio de eletricidade em Portugal subiu 1,7%, no segmento doméstico e 15% no segmento não-doméstico, face ao semestre homólogo de 2020”.

Entre junho e dezembro do ano passado, o preço médio (com taxas e impostos) da eletricidade no setor doméstico em Portugal (0,2296 euros/kWh) foi o décimo mais caro entre os 27 países da UE, sendo que em primeiro ficou a Alemanha e o mais barato foi praticado na Hungria.

“No segundo semestre de 2021, os preços de eletricidade para o segmento doméstico registaram os valores mais baixos nos países do leste da Europa. Por outro lado, os países do centro da Europa, juntamente com Espanha e Irlanda, apresentaram os preços de eletricidade mais elevados no conjunto dos países da União Europeia e área do euro”, refere a ERSE.

Também relativamente ao gás natural, “no segundo semestre de 2021 Portugal registou os preços mais baixos tanto para o segmento doméstico, como para o segmento não-doméstico, em comparação com Espanha, a média da União Europeia e a média da Área do Euro”.

O preço médio do gás natural no setor doméstico nos 27 países da UE fixou-se em 0,1063 euros/kWh), 16% mais caro do que o valor praticado em Portugal (0,0914 euros/kWh), enquanto o preço médio da Zona Euro foi 27% superior (0,1158 euros/kWh).

“Espanha apresenta preços de gás natural 41% e 16% superiores aos preços de Portugal para os segmentos doméstico e não-doméstico, respetivamente”, refere o regulador, precisando que “o preço médio de gás natural em Portugal no segmento doméstico apresenta uma estagnação face ao semestre homólogo, enquanto o segmento não-doméstico subiu 68%”.

No semestre em análise, o preço médio (com taxas e impostos) do gás natural pago pelas famílias portuguesas foi o 13.º mais caro dos 27 países da UE, sendo que o mais caro foi praticado na Suécia e o mais barato na Hungria.

A ERSE conclui ainda que, no segundo semestre de 2021, “no leste da Europa se praticaram preços mais baixos de gás natural para o conjunto de consumidores domésticos. Por outro lado, a Suécia, a Dinamarca, a Itália e os Países Baixos registaram os preços de gás natural mais elevados da União Europeia”.

Segundo o regulador, na eletricidade “Portugal está entre os países com o peso mais elevado da componente de taxas e impostos, que inclui os CIEG (Custos de Interesse Económico Geral), no segmento doméstico. Para os consumidores não-domésticos, o peso das taxas e impostos está em linha com a média da União Europeia”.

Na banda de consumo doméstico mais representativa (consumo anual entre 2.500 kWh e 5.000 kWh), Portugal tem a terceira componente de taxas e impostos mais elevada da Europa (depois da Dinamarca e da Alemanha), que representa 46% (29% dos quais CIEG) do preço total pago pelos consumidores.

Já no gás natural, “na componente de impostos e taxas Portugal está entre os países com o peso mais elevado desta componente, no segmento doméstico, e o peso mais baixo no segmento não-doméstico”.

Na banda de consumo doméstico mais representativa (consumo anual inferior a 5.560 kWh), Portugal tem a quinta componente de taxas e impostos mais elevada da Europa (depois dos Países Baixos, Dinamarca, Alemanha e Eslovénia), representando 27% do preço total pago pelos consumidores.

 

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