Empresas de autocarros de passageiros pedem três vezes mais apoio ao gasóleo

Apoios do Estado apenas cobriram um terço do aumento dos custos com combustíveis, defende associação que representa as transportadoras rodoviárias de passageiros.

As empresas de autocarros de passageiros pedem três vezes mais apoios para o gasóleo a partir de 1 julho. A Antrop, associação que representa estas transportadoras, entende que as ajudas atribuídas desde 1 de novembro para lidar com a subida do preço dos combustíveis apenas cobriram um terço do aumento dos custos.

“Fizemos um cálculo e até ao final do ano, considerando a estabilização do preços dos combustíveis, para compensarmos o sobrecusto, teríamos de ter, a partir de 1 de julho, um apoio de 90 cêntimos por litro. A nossa expectativa é que o apoio seja reforçado”, adiantou o presidente da Antrop, Luís Cabaço Martins durante uma conferência no Porto organizada pelo jornal digital Transportes & Negócios.

Desde 1 de novembro que há apoios do Estado para as transportadoras rodoviárias enfrentarem a subida do preço dos combustíveis. Entre novembro e fevereiro, o apoio foi de 10 cêntimos/litro. Com o início da guerra na Ucrânia, a ajuda aumentou para 30 cêntimos/litro, em vigor até final de junho.

Contudo, as medidas do Estado “representaram, em média, apenas 34% do sobrecusto por causa da subida dos preços”, estima a associação.

O apoio para os combustíveis é gerido pelo Fundo Ambiental em articulação com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT). Na renovação da medida, em março, o Estado contava atribuir 20,9 milhões de euros em apoios aos autocarros.

Defesa do lucro

Durante a intervenção, o líder da Antrop também defendeu que é necessário mudar a lógica financeira da relação entre as autoridades de transportes e as empresas privadas.

“Parece que temos pudor em falar na margem da atividade, no lucro. Isso está na legislação comunitária há décadas. Não temos de ter medo de dizer que não estamos aqui a trabalhar para aquecer, só para cobrir os custos. Se é só para isso, não temos nenhum interesse. Para isso, haja empresas públicas e o Estado garante tudo”, defendeu Luís Cabaço Martins.

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