Juros acima da linha vermelha de 7%? “Não está no horizonte e não será permitido pelo BCE”, assegura Medina

Ministro das Finanças espera que medidas anti-crise anunciadas pelo banco central ajudem a acalmar os mercados de dívida.

Fernando Medina assegura que “não está no horizonte e não será permitido pelo Banco Central Europeu (BCE)” que os juros da dívida voltem a superar a chamada linha vermelha dos 7% que levou Portugal a pedir assistência externa em 2011.

Equacionar o regresso dessas taxas é algo que não está no horizonte e não seria hoje permitido pelo banco central. Está fora do horizonte de qualquer perspetiva sobre a evolução dos juros”, afirmou o ministro das Finanças em declarações aos jornalistas à saída de uma reunião do Eurogrupo.

Medina aproveitou a questão para defender a estratégia que o Governo tem adotado na redução da dívida pública e do défice no Orçamento do Estado e que dá credibilidade a Portugal. “É um ativo muito importante para lidar com o momento em que as taxas estão a subir”, considerou.

Não só as yields das obrigações portugueses, mas do resto da Zona Euro estão em forte alta nos últimos dias, depois de o BCE ter anunciado na semana passada o fim do programa de compras de dívida e o início da subida das taxas de referência a partir do próximo mês. Mas os países da periferia e mais endividados foram os mais castigados pelos investidores, com a taxa portuguesa a superar os 3% e a italiana a romper a barreira dos 4%, aumentando os receios de uma nova crise na região.

Face a esse risco de fragmentação, o banco central anunciou esta quarta-feira que vai criar uma ferramenta para travar a subida dos juros da periferia em relação ao core da Zona Euro, nomeadamente da Alemanha.

Medina disse que espera que o novo mecanismo funcione para “movimentos especulativos sobre as dívidas soberanas de vários países, que atingiu alguns países” e considerou que a mensagem do BCE surgiu num momento importante no sentido de dizer aos investidores “Não façam isso porque não vale a pena, nós manteremos a unidade da Zona Euro e não aceitaremos a fragmentação da Zona Euro com taxas muitos diferentes da dívida soberana desses países”.

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