Sindicatos rejeitam propostas da Saúde

  • Lusa e ECO
  • 16 Junho 2022

O Ministério da Saúde apresentou uma proposta de revisão salarial das horas extraordinárias que foi considerada "completamente inaceitável" pelos sindicatos do setor.

Os sindicatos dos médicos consideraram “completamente inaceitável” a proposta apresentada pelo Ministério da Saúde sobre a atualização salarial dos clínicos em serviço de urgência, tendo saído da reunião com a tutela sem qualquer acordo, e há uma nova reunião marcada para a próxima quarta-feira, dia 22.

Não chegámos a qualquer consenso. Temos aqui uma proposta que se centra de uma forma muito estreitada nas horas de urgência, mais ainda, não é em todas as horas de urgência, são só aquelas horas extraordinárias para além daquilo que é definido legalmente e ainda por cima só num regime excecional e transitório com limite a três meses“, disse o presidente da Comissão Executiva da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Noel Carrilho.

Os sindicatos representativos dos médicos estiveram esta quinta-feira à tarde reunidos com a secretária de Estada da Saúde, Maria de Fátima Fonseca, para discutir um projeto de diploma sobre as matérias de remunerações em serviço de urgência. “Saímos daqui sem nenhum tipo de solução e dececionados após as afirmações da ministra e do próprio primeiro-ministro ter reconhecido que é um problema estrutural e apresentarem uma solução que é tudo menos estrutural, é ineficaz e perfeitamente pontual”, frisou.

Também Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), manifestou uma “deceção total”, considerando que a proposta “empurra mais uma vez os médicos para a prestação de serviços”. “Mais uma vez o Ministério da Saúde não entende que o essencial é a contratação de médicos, discutir uma carreira médica e uma nova grelha salarial”, disse Roque da Cunha, sustentando tratar-se de “uma encenação”.

O secretário-geral do SIM avançou que os sindicatos dos médicos vão apresentar uma contraproposta ao Ministério da Saúde na sexta-feira.

Roque da Cunha disse também que não foi falado durante a reunião o valor que os médicos podem vir a receber quando fazem serviços de urgência, considerando que “é um mero detalhe”, uma vez que “na prática e depois de feitas as contas não se aplica praticamente a ninguém”.

Não é um problema do verão, vai ser um problema da primavera, inverno e de várias situações porque não há médicos. Não é assim que se resolve o problema, é um problema estrutural e que necessita de medidas estruturais e não pontais”, frisou o sindicalista.

Noel Carrilho disse também que está previsto com a tutela “um trabalho de tentar chegar a um consenso”, mas “está muito longe de acontecer porque se está em campos muito opostos em termos de necessidade para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. “Esperamos respostas no sentido da valorização transversal da carreira médica no SNS”, realçou.

O diploma sobre as remunerações dos clínicos em serviço de urgência foi uma das medidas que o Governo apresentou na sequência do encerramento de urgências de ginecologia e obstetrícia de hospitais de vários pontos do país nos últimos dias, por dificuldades em assegurar escalas de médicos.

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