App que recebeu quase um milhão do Fundo Ambiental representa 0,53% das viagens Andante
A aplicação Anda registou 613.566 viagens em 2021, ou seja, 0,53% do total de 116,3 milhões de validações.
A aplicação Anda, do sistema de transportes Andante, da Área Metropolitana do Porto, que recebeu quase um milhão de euros do Fundo Ambiental, representou 0,53% de validações em 2021, mas os responsáveis pelo investimento defenderam a sua implementação.
De acordo com o Relatório e Contas dos Transportes Intermodais do Porto (TIP), responsáveis pelo sistema intermodal Andante, em 2021 a aplicação (‘app’) Anda registou 613.566 viagens em 2021, ou seja, 0,53% do total de 116,3 milhões de validações. Quanto à proporção nas receitas de bilhética, a Anda chegou aos 0,60% em termos do peso do canal de vendas na rede, de acordo com o documento noticiado pela Lusa no dia 01 de julho.
No relatório pode ler-se que “durante o período findo em 31 de dezembro de 2017, na sequência da candidatura do projeto Anda, o TIP recebeu do Fundo Ambiental o montante total de 982.028 euros”, valor a que acrescem 150 mil euros, também provenientes do Fundo Ambiental para o projeto (beyond) Anda”, dos quais foram devolvidos 5.827 euros.
A app Anda consiste num título Andante desmaterializado, que calcula automaticamente, através dos smartphones, as zonas percorridas e o preço a pagar sem que os utentes se tenham de preocupar com o tipo de bilhete a comprar, e a (beyond) Anda visa, segundo respostas do Ministério do Ambiente e da Ação Climática à Lusa, “a generalização do Anda a outras geografias”.
“O desenvolvimento de projetos-pilotos que visem alargar a base dos utilizadores habituais do transporte público, captando procura ao automóvel, não podem ser somente avaliados pelos seus resultados imediatos”, respondeu fonte oficial do Ministério do Ambiente e da Ação Climática à Lusa, considerando que o desenvolvimento de ambos “decorreu com sucesso”. O projeto-piloto permitiu “validar o conceito e as tecnologias envolvidas, assim como desenvolver as componentes previstas e confirmar a atratividade da solução por parte dos utilizadores”, defendeu.
O ministério de Duarte Cordeiro (à data liderado por João Pedro Matos Fernandes) refere ainda que o objeto do protocolo com os TIP, quanto à aplicação Anda, “previa a simplificação do Andante por via da desmaterialização total dos títulos de transporte e permitir a prazo uma diminuição da quantidade e complexidade dos equipamentos afetos ao sistema de bilhética”.
Porém, em resposta à Lusa, os TIP afirmaram que os valores investidos pelo Fundo Ambiental não serviram apenas para a app Anda, mas também para “criar toda a infraestrutura necessária à potencial integração de apps de parceiros externos” ou “assegurar as condições de contratar redes de elevada capilaridade para carregamento de cartões Andante, correspondendo atualmente a mais do que 1.500 pontos de venda” na Área Metropolitana do Porto (AMP).
Fonte oficial dos TIP respondeu à Lusa que “não está, e certamente não estará num futuro próximo, satisfeito com os números de utilizadores da app Anda” nem do Andante, “pelo facto de a taxa de motorização ser ainda excessiva” na AMP. “O principal objetivo da app Anda não é a potenciação da rentabilidade económica pela utilização” do Andante, referem os TIP, considerando que “se assim fosse, a própria app não utilizaria um algoritmo que opta pelo tarifário mais económico para o seu utilizador”.
Ainda assim, os TIP dizem estar “certos” de que “os valores investidos, diretamente no desenvolvimento da ‘app’, mas também na infraestrutura criada com esse desenvolvimento, ainda irão ser suplantados pela receita afeta à sua utilização“. “O Anda foi o impulsionador e não o ponto final”, defendem os TIP.
Para 2022, os TIP preveem o desenvolvimento da Anda para sistemas operativos IOS e a “integração do Anda no novo Portal Andante”, estando também a alargar o “leque de funcionalidades” quer da Anda quer dos cartões bancários na rede.
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