Gentiloni explica forte crescimento português com efeito “carry-over”

Forte crescimento de Portugal no primeiro trimestre do ano vai impulsionar desempenho anual. Para 2023, Comissão Europeia prevê abrandamento.

Nas novas previsões da Comissão Europeia, o crescimento de Portugal para 2022 foi revisto em alta, com o país a liderar o crescimento dos Estados-membros. O comissário com a pasta da Economia, Paolo Gentiloni, explica que este desempenho reflete em larga medida um efeito “carry-over“, devido a um primeiro trimestre forte.

Bruxelas vê o PIB português crescer 6,5% em 2022. Este “crescimento mais forte do que o esperado para Portugal é substancialmente baseado nos resultados do primeiro trimestre, que vai gerar um carry-over substancial para o resto do ano”, apontou Gentiloni, na conferência de imprensa para apresentar as previsões.

Portugal registou um crescimento de 2,6% em cadeia e de 11,9% em termos homólogos no primeiro trimestre do ano, o que foi “muito forte para Portugal”, apontou o Comissário europeu. Efeitos de base relacionados com a pandemia, bem como diferenças na forma como o aumento de preços se está a sentir em Portugal ajudaram a explicar o desempenho, segundo os economistas ouvidos pelo ECO.

O turismo foi também uma grande componente, que se vai manter ao longo do ano. “O que vemos é a reabertura de turismo internacional, sabemos que é importante para vários Estados-membros mas para Portugal em particular é extraordinariamente importante”, salientou Gentiloni.

O próprio ministro das Finanças português destacou este efeito, em antecipação das previsões europeias. Fernando Medina esperava já uma revisão em alta, com base no efeito “carry-over” de 2021 e do primeiro trimestre. “Isso tem a ver quer com o crescimento de 2021, quer com o crescimento do primeiro trimestre de 2022 e com aquilo que nós estimamos que possa acontecer ao longo do ano de 2022”, apontou aos jornalistas em Bruxelas.

A Comissão aponta que “depois de um início de ano forte, o crescimento de Portugal deverá moderar-se em termos trimestrais, mas manter-se significativo em termos anualizados”, no documento de Verão. Para 2023, no entanto, Bruxelas reviu em baixa as previsões, passando de 2,7% para 1,9%.

Já nas previsões da Primavera, a Comissão sinalizava que “os efeitos de carry-over podem ser particularmente fortes em tempos de subidas e quedas acentuadas”. “Dentro últimas duas décadas, a atividade económica caiu mais durante a Crise Financeira Global e quando a pandemia começou, mas o
diferentes tempos e dinâmicas das quedas e as recuperações subsequentes resultaram num equilíbrio diferente entre efeitos de carry-over e crescimento no ano”.

O carry-over é assim uma “herança” que acaba por ter impacto nos dados futuros, sendo que no caso da economia portuguesa foi um primeiro trimestre forte que vai impulsionar os resultados agregados do ano.

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