“Gigabateria” do Tâmega é inaugurada esta segunda-feira

  • Lusa
  • 15 Julho 2022

No início desta semana são inauguradas as centrais de Daivões (Ribeira de Pena) e de Gouvães (Vila Pouca de Aguiar). A terceira barragem, a do Alto Tâmega, ainda não está concluída.

O Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), que vai ser inaugurado esta segunda-feira, contempla três barragens, construídas no distrito de Vila Real, e representa um investimento total de 1.500 milhões de euros. O SET foi concessionado à espanhola Iberdrola e inclui a construção de três barragens e de três centrais hidroelétricas: Alto Tâmega, Daivões e Gouvães.

A inauguração da “gigabateria hidroelétrica do Tâmega” está marcada para esta manhã, uma cerimónia que conta com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do presidente da Iberdrola, Ignacio Galán. Serão inauguradas as centrais de Daivões (Ribeira de Pena) e de Gouvães (Vila Pouca de Aguiar), que entram, agora, em pleno funcionamento e onde a potência instalada é de 998 megawatts (MW).

A terceira barragem, a do Alto Tâmega, ainda não está concluída.

O complexo contará com uma potência total instalada de 1.158 MW, alcançando uma produção anual de 1.760 gigawatts hora (GWh), ou seja, 6% do consumo elétrico do país. Trata-se do equivalente ao abastecimento de energia dos municípios vizinhos do projeto e das cidades de Braga e Guimarães, cerca de 440.000 residências.

O SET é considerado um dos maiores projetos hidroelétricos na Europa, nos últimos 25 anos, e, segundo tem sido divulgado pela Iberdrola, representa um investimento total de 1.500 milhões de euros, mobilizando, durante a construção, muitas empresas e trabalhadores.

O empreendimento representa mais de 50% do objetivo do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH). Em janeiro de 2020, após uma visita à barragem de Daivões e à subestação de Gouvães, o primeiro-ministro descreveu o empreendimento como uma “grande bateria natural”.

O complexo do Tâmega foi apresentado oficialmente em 2009, no ano a seguir perdeu uma das quatro barragens inicialmente previstas por imposição da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) e as obras começaram, posteriormente, em 2014.

A DIA chumbou a barragem de Padroselos, prevista para o rio Beça, Boticas, por causa do mexilhão-de-rio do Norte, uma espécie protegida pela legislação europeia e que chegou a ser dada como extinta em Portugal. Mantiveram-se no projeto as barragens de Daivões, Gouvães e Alto Tâmega e a concessionária ficou obrigada a cumprir um conjunto de medidas de compensação sócio, económicas e ambientais para os municípios envolvidos pelo SET, nomeadamente Ribeira de Pena, Boticas, Vila Pouca de Aguiar, Chaves, Valpaços, Montalegre e Cabeceiras de Basto.

Ao longo dos anos, o empreendimento foi alvo de contestação por parte de associações ambientalistas e de moradores dos concelhos afetados, alguns dos quais perderam as suas habitações.

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