Consórcio que integra Mota-Engil ganha concessão do corredor do Lobito

  • Lusa
  • 19 Julho 2022

O consórcio Mota-Engil/Trafigua/Vecturis vai gerir a exploração e manutenção do transporte ferroviário de mercadorias entre Lobito e Luau durante 30 anos.

O consórcio Mota-Engil/Trafigua/Vecturis ganhou a concessão do corredor do Lobito, Angola, no valor de 100 milhões de dólares, e vai gerir a exploração e manutenção do transporte ferroviário de mercadorias entre Lobito e Luau durante 30 anos.

Segundo um comunicado do Ministério dos Transportes angolano, o valor do prémio de assinatura – cerca de 97,5 milhões de euros – está em linha com o montante de outras concessões no setor dos transportes em Angola, tendo permitido diferenciar os concorrentes com base na sua capacidade financeira face à dimensão dos ativos em causa.

Com as rendas negociadas, o Estado angolano vai arrecadar mais de 2 mil milhões de dólares (1.951 milhões de euros): 319 milhões (311 milhões de euros) nos primeiros dez anos, 797 milhões (777 milhões de euros) entre o 11.ºe o 20.º, e 919 milhões (897 milhões de euros) nos últimos 10 anos.

Já o concessionário vai investir 256 milhões de dólares (250 milhões de euros) em infraestruturas, 73 milhões (71,25 milhões de euros) em equipamentos e material circulante e um valor adicional de 4,3 milhões de dólares (4,2 milhões de euros) em atividades diversas.

Ao nível da carga a transportar, as previsões apontam para 1.678 toneladas no quinto ano de concessão, 2.982 toneladas no 10.º ano, 4.979 toneladas no vigésimo ano, e 4.979 toneladas no 30.º e último ano. A concessão tem a duração de 30 anos, podendo ser extensível a 50 anos caso o concessionário opte por construir o ramal ferroviário Luacano (Moxico) – Jimbe (Zâmbia).

No comunicado, o ministério angolano destaca os benefícios desta adjudicação para o país, entre os quais “o impacto no desenvolvimento de indústrias fortemente dependentes da cadeia logística, como são a agricultura e as minas, e a consequente criação de empregos em cada uma delas”.

Salienta também que serão criadas “oportunidades para o desenvolvimento de pequenos negócios adjacentes ao transporte ferroviário e uma alternativa ferroviária competitiva face ao transporte rodoviário, capaz de contribuir para a redução das tarifas de transporte de carga”.

Segundo o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas d’Abreu, citado na nota de imprensa, a exploração do Corredor do Lobito vai contribuir para o desenvolvimento local e regional, em torno da linha férrea, podendo representar uma contribuição para o Produto Interno Bruto estimada entre 1,6 a 3,4 mil milhões de dólares (1,56 a 3,32 mil milhões de euros).

Do consórcio fazem parte o grupo de origem portuguesa Mota-Engil, há mais de 70 anos em Angola e presentemente um dos principais prestadores de serviços de construção de infraestruturas a nível mundial; a multinacional suíça Trafigura, um dos principais ‘traders’ mundiais na área das ‘commodities’; e a Vecturis, operadora ferroviária de origem belga, com forte atividade de transporte ferroviário (passageiros, minérios e carga comercial) em países africanos como a República Democrática do Congo, Tanzânia, Camarões, Madagáscar, Costa de Marfim, Burkina Faso e Argélia, e também no Brasil, Rússia e Paquistão.

O Corredor do Lobito começa no Porto do Lobito e atravessa o território angolano em direção a leste, com uma linha férrea de cerca de 1.300 quilómetros, que cruza as regiões mineiras da República Democrática do Congo, na província de Katanga e a chamada cintura do cobre na Zâmbia.

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