ColchaoNet “deita-se” em Aveiro, Coimbra e Leiria até ao final do ano

Retalhista detida pelo grupo Aquinos retoma expansão no Centro do país e já planeia rumar a Espanha e França. Preços dos artigos de descanso estão “10% a 12%” mais caros do que antes da pandemia.

Depois de inaugurar no Sudoeste Retail Park, em Portimão, aquela que é a sua maior loja em termos de área de exposição, a ColchaoNet vai ainda abrir um espaço na cidade de Aveiro e estrear-se nos distritos de Coimbra e Leiria até ao final do ano, adianta ao ECO o diretor geral desta cadeia retalhista especializada na área do sono e descanso, que emprega atualmente 84 pessoas.

Com a abertura destas quatro localizações, que vão criar 16 novos postos de trabalho diretos, a empresa liderada por Luís Fialho prepara-se para fechar este ano com 34 superfícies comerciais e um investimento próximo de um milhão de euros. O alargamento das operações tem como prioridade a zona Centro do país e deverá depois “estender-se para o Interior, pelo menos para as capitais de distrito”.

“Queremos continuar o plano de expansão com quatro a cinco aberturas de lojas por ano, nos próximos anos. O objetivo é continua a apostar neste formato de grandes lojas e rapidamente atingir as 50 em Portugal e estarmos presentes nos principais distritos, se não em todos”, perspetiva o gestor lisboeta, 50 anos.

Luís Fialho, diretor-geral da ColchaoNet

E a fase seguinte, a concretizar num prazo de cinco anos, passa por “preparar o terreno para internacionalizar a marca”. Luís Fialho prevê arrancar a aventura externa pelos mercados mais próximos de Espanha e França e também para “aproveitar as sinergias e o conhecimento dos mercados” do grupo Aquinos (dono da empresa) e de parceiros comerciais, como a espanhola Pikolin.

O objetivo é continua a apostar neste formato de grandes lojas e rapidamente atingir as 50 em Portugal e estar presentes nos principais distritos, se não em todos.

Luís Fialho

Diretor-geral da ColchaoNet

A origem desta empresa remonta a 1987, quando Casimiro Simões abriu a loja S.S. Móvel, em Lisboa. Mas foi pela mão da filha Rosa e do genro búlgaro ZahariMarkov, que tinha vindo estudar para a capital portuguesa, que surge a especialização na colchoaria, valendo atualmente 70% das vendas. Em 2005 abre em Chelas a primeira loja com o novo conceito ColchaoNet. Apesar da designação, só três anos depois lançaria um site.

Em setembro de 2018, quando a cadeia somava perto de duas dezenas de lojas, a Aquinos avançou com a aquisição para diversificar os seus negócios da indústria – tem fábricas espalhadas por países como Portugal, França, Alemanha e Polónia – para a área de retalho. Com uma faturação superior a 500 milhões de euros em cerca de 40 mercados, o grupo familiar de Tábua (distrito de Coimbra) é comandado por Carlos Aquino e apresenta-se como um dos maiores produtores mundiais de estofos de sofás e de colchões, tendo como clientes o Ikea, Conforama ou El Corte Inglés.

“Fizemos alguns ajustamentos, preparámos o projeto para crescer e no final de 2019 começámos com o nosso plano de expansão: abrimos sete lojas entre outubro desse ano e março de 2020. Depois surgiu a pandemia e abrandámos um bocadinho, mas não deixámos de abrir duas lojas em plena pandemia, em outubro de 2020, e chegámos às 30 lojas”, recorda Luís Fialho, que foi chamado a liderar este negócio imediatamente após a aquisição. Um plano que é retomado agora, um ano e meio depois, com a chegada ao Algarve.

Espuma disputada com automóveis

Comercializadora de colchões, estrados, sommiers, almofadas e outros artigos complementares neste segmento de atividade, a ColchaoNet conta aumentar o volume de negócios para oito milhões de euros em 2022. Isto é, mais um milhão do que o valor registado no ano passado, em que as lojas ainda estiveram cerca de três meses encerradas por causa das restrições da pandemia de Covid-19.

No comércio eletrónico contabiliza receitas equivalentes a uma loja física, mas acredita que tem “ainda muito potencial de crescimento nos próximos tempos”. Até porque conta alargar esta plataforma de vendas a outros países e está neste momento “num processo de revisão do projeto de e-commerce para o ajustar à realidade de hoje e ter uma gama mais adaptável ao online e alargada do que nas lojas físicas”.

O grande desafio é o momento da economia – primeiro com a pandemia e depois com a guerra – e os impactos que toda esta inflação está a ter no poder de compra das pessoas.

Luís Fialho

Diretor-geral da ColchaoNet

Devido à escassez e ao aumento dos preços das matérias-primas, Luís Fialho calcula que os artigos à venda nesta cadeia de lojas estão agora “10% a 12% mais caros do que antes da pandemia”. “Estamos a acompanhar esta evolução do mercado, que tem tido um impacto bastante grande. Mas vamos tentando, em conjunto com os fabricantes, controlar ao máximo para que seja possível não refletir às vezes todos os aumentos nos preços de venda”, acrescenta.

A ColchaoNet utiliza matérias-primas que são comuns a outras áreas de negócios — desde logo a espuma, que é disputada com a gigante indústria automóvel. Apesar de “em determinados momentos haver algumas lacunas”, diz que tem conseguido gerir e assegurar a disponibilidade desses materiais. E têm tido todos os modelos disponíveis? “Pelo menos não temos tido a necessidade de racionar ou limitar a venda por falta de stock”, responde.

No atual portefólio da retalhista, 12 lojas estão englobadas em estruturas comerciais (como shoppings) e as restantes no comércio tradicional (lojas de rua) e esse “é um equilíbrio que [quer] continuar a ter”. O diretor-geral sublinha, por outro lado, que “o grande desafio é o momento da economia – primeiro com a pandemia e depois com a guerra – e os impactos que toda esta inflação está a ter no poder de compra das pessoas”.

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