“Quem quer mudança de política tem de derrubar o Governo”, avisa Costa

António Costa afasta remodelação alargada do Governo e tenta concluir reformas no Serviço Nacional de Saúde ainda a tempo do mandato de Marta Temido.

Desta vez não foi possível não aceitar o pedido de demissão. O primeiro-ministro, António Costa, confirmou nesta terça-feira que a ministra da Saúde, Marta Temido, já tinha apresentado mais do que um pedido para sair. António Costa quer ainda que seja Temido a apresentar o Estatuto do Serviço Nacional de Saúde.

“Quem quer mudança de política tem de derrubar o Governo”, atirou o primeiro-ministro em conferência de imprensa, no Palácio de São Bento.

António Costa pretende que Marta Temido fique no Governo até que seja apresentada a regulamentação do Estatuto do Serviço Nacional de Saúde. A data prevista para a apresentação era 15 de setembro mas pode vir a ser antecipada.

Por causa disso, a substituição de Marta Temido poderá ocorrer apenas na próxima semana. O primeiro-ministro vai estar em Moçambique a partir de quinta-feira, dia 1. “Só depois das deslocações é que me posso concentrar na substituição”, afirmou.

O novo estatuto levantou dúvidas ao Presidente da República na altura da sua promulgação. “Fica por regulamentar, até seis meses, quase tudo o que é essencial: a própria natureza jurídica do SNS; o enquadramento e os poderes da nova direção executiva; o regime do pessoal; e as soluções excecionais para as zonas mais carenciadas”. Aqui, afirma que o país vai “ter de esperar mais um tempo” até perceber “o que muda e em que termos”, escreveu o chefe de Estado em 1 de agosto.

Morte foi “gota de água”

António Costa assumiu também que este não foi o primeiro pedido de demissão de Marta Temido. Mas “para quem foi ministra da Saúde num período tão duro como o da pandemia, é normal que estabeleça como linha vermelha o falecimento em serviços“. “Respeito a avaliação que faz”, adiantou o primeiro-ministro, em declarações difundidas pela RTP3.

Na noite de segunda-feira, foi revelado que uma grávida tinha morrido depois de ser transferida do Hospital de Santa Maria por falta de vagas na neonatologia.

(Notícia atualizada às 15h56 com mais informação)

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