Preço do gás sobe mais de 5%. Rússia já suspendeu gasoduto

Futuros do gás natural para outubro avançam 5,53%, no dia em que a Rússia voltou a suspender o abastecimento deste combustível através do gasoduto Nord Stream 1.

Os preços do gás natural na Europa recuperam terreno esta quarta-feira, dia marcado pela suspensão do abastecimento da Rússia ao continente através do gasoduto Nord Stream 1. Os receios de que Moscovo não volte a enviar gás para a região no final da manutenção programada de três dias está a ajudar os futuros de referência TTF para entrega em outubro a subirem 5,53%, para 280 euros por MWh (megawatt-hora).

Futuros do TTF para entrega em outubro

Gráfico obtido às 8h00 de 31 de agosto de 2022 | Fonte: Barchart

Desde as duas da manhã de Lisboa que os fluxos de gás no importante gasoduto que liga a Rússia à Alemanha estão reduzidos a zero. E assim deverão permanecer até 3 de setembro, com a estatal russa Gazprom a justificar o encerramento com uma manutenção programada. Mas, no ocidente, teme-se que seja um pretexto para pressionar os países europeus no contexto da guerra na Ucrânia e das sanções. Vários líderes já acusaram o Presidente russo Vladimir Putin de usar a energia como “arma de guerra”.

Estes constrangimentos acontecem numa altura em que os países tentam assegurar as reservas de gás natural necessárias para o inverno — o pico do consumo tende a ser em janeiro, dado que a queima de gás para aquecimento ou geração de eletricidade é bastante influenciada pelas temperaturas. Os últimos meses têm sido pródigos em notícias e alertas sobre racionamento de energia neste inverno, depois de os preços grossistas do gás já terem disparado mais de 400% desde agosto do ano passado, segundo a Reuters.

Assim, o aumento dos preços do gás tem levado a subidas expressivas nos preços da eletricidade. Na semana passada, o MWh de eletricidade no mercado grossista em França superou 1.000 euros, um preço que fez tremer a Comissão Europeia e precipitou a promessa de intervenção de emergência por parte de Bruxelas, que está a desenhar um pacote de medidas para apresentar nas próximas semanas.

Para o próximo dia 9 de setembro está ainda marcado um Conselho extraordinário, por via do qual os ministros da energia da União Europeia vão discutir medidas para dar resposta à crise energética. Vários países, incluindo a Alemanha e a Áustria, têm mostrado abertura a uma medida semelhante ao “mecanismo ibérico” aprovado por Portugal e Espanha, que limita os preços do gás para tentar travar a subida dos preços da luz.

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