WTW: Setor energético enfrenta novo cenário de risco

  • ECO Seguros
  • 12 Setembro 2022

A WTW alertou, num estudo recente sobre o setor energético, que este "está a enfrentar um cenário de risco inteiramente novo". Apontou causas e possíveis soluções.

A corretora global Willis Towers Watson (WTW) alertou, num estudo recente sobre o setor energético, que este “está a enfrentar um cenário de risco inteiramente novo provocado pela guerra Rússia-Ucrânia, a inflação global, a transição energética e as alterações climáticas“.

A corretora indicou que “à medida que os preços dos seguros de energia disparam, os gestores de risco têm que controlar estes riscos, assegurando que avaliaram os ativos e as interrupções de negócio atuais, de forma correta e suficiente, isto num ambiente de inflação global acelerada – um cenário que alguns nunca enfrentaram antes”, disse a WTW.

O relatório destaca estes e outros desafios para o setor da energia, que vão desde os tecnológicos aos geopolíticos, considerando ainda o estado atual do mercado de seguros para riscos de energia.

Parte do relatório sobre energia da WTW é dedicado ao impacto russo. A maioria das seguradoras de energia reduziram as exposições russas das suas carteiras, e muitas também reduziram ou eliminaram a cobertura para centrais a carvão e outros riscos considerados demasiado pesados em termos de carbono. “Isto introduziu um aumento do apetite por outros riscos de energia”, disse a WTW.

A capacidade é outro dos tópicos que tiveram prioridade no relatório. A capacidade teórica global total de seguro para riscos de energia é de aproximadamente 3,5 mil milhões de dólares em 2022, com o nível realisticamente utilizável de cerca de 1,5 mil milhões de dólares, disse a WTW. Para os ativos de carvão, esse número cai para apenas 250 milhões de dólares – e é significativamente mais baixo para novos riscos de carvão.

As perdas foram também analisadas no relatório WTW. O relatório concluiu que a frequência de perdas individuais superiores a 1 milhão de dólares estava a subir, atingindo um máximo de três anos em 2021. Prevê-se que os custos totais das perdas sejam iguais ou superiores ao rendimento total dos prémios para riscos de energia este ano, com uma dúzia de perdas superiores a 20 milhões de dólares já comunicados.

Como resultado do aumento das perdas, é de esperar um aumento da classificação de 2,5% a 20% no terceiro trimestre para todos os riscos, exceto alguns com um registo de perdas limpo e todos os ativos localizados em áreas com baixo risco de catástrofes naturais, disse a WTW.

Na primeira metade de 2022, as seguradoras continuaram a subscrever com cautela, mas o mercado também está a mostrar uma apetência ligeiramente maior e a atenuar as restrições para negócios limpos e de boa qualidade”, disse Lyo Foo, Chefe de Energia e Recursos naturais da Ásia da WTW.

“As colocações de seguros de carvão autónomos continuam a enfrentar desafios extremos, com um número crescente de seguradoras impedidas de participar em tais colocações, independentemente da qualidade do risco ou do historial de perdas.

Como resultado, espera-se a persistência de retenções maiores e novos aumentos de taxas”. As seguradoras estão a realinhar as subscrições em apoio às políticas revistas do ESG – O conceito ESG integra as palavras Environmental (Ambiente), Social (Social) e Governance (Governação Corporativa), agrupando nesses três eixos os fatores não financeiros mais relevantes de uma empresa – reduzindo ainda mais a capacidade. “Com a procura de capacidade a exceder a oferta, as taxas são muitas vezes consideravelmente mais elevadas do que as apólices que expiram”, explica o relatório de energia da WTW.

As economias asiáticas estão a assistir a um pico na procura de eletricidade, e as realidades económicas da região significam que uma redução significativa no consumo de carvão será mais desafiante aí do que em qualquer outro lugar, informou a WTW.

No entanto, com as alterações climáticas a colocar uma nova pressão no mercado dos seguros, existe uma necessidade crítica de as companhias de eletricidade acompanharem o ritmo das seguradoras e acelerarem a sua transição energética para assegurar uma cobertura contínua, segundo o relatório.

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