Frente Comum convoca greve nacional na Função Pública para 18 de novembro

Coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, anuncia convocação de uma greve geral dos trabalhadores da administração pública para 18 de novembro, uma semana antes da votação final do OE2023.

Um dia depois de sair da reunião negocial com o Governo a dizer que uma greve nacional “podia perfeitamente” acontecer, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública concretizou mesmo a ameaça e decidiu convocar um plenário nacional para 27 de outubro em frente à Assembleia da República, dia da votação do Orçamento do Estado na generalidade, e uma paralisação geral para dia 18 de novembro, uma semana antes da votação final do documento orçamental para o próximo ano.

O anúncio foi feito esta manhã pelo coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, durante uma conferência de imprensa realizada em Lisboa. À saída do encontro com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, o responsável já tinha criticado a “proposta de empobrecimento” apresentada pelo Governo.

“O balanço que fazemos dessa negociação é de uma insuficiência enorme. A única evolução que se verificou objetivamente foi no subsídio de alimentação e de uma maneira absolutamente insignificante: 43 cêntimos de aumento. E perante um quadro em que se prevê uma inflação perto dos 8%, aquilo que o Governo propõe para os trabalhadores da administração pública é um aumento salarial de 3,6% em média. Ou seja, é uma proposta de empobrecimento”, insistiu Sebastião Santana.

Está nas mãos do Governo resolver este problema até à votação final do Orçamento. Assim haja vontade política para o fazer, o que não verificámos nesta negociação.

Sebastião Santana

Coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública

O porta-voz da Frente Comum entende que “o Governo tem o espaço, o orçamento e os meios para resolver e minimizar de uma forma objetiva aquilo que tem sido a perda de poder de compra e a desvalorização salarial dos trabalhadores da Administração Pública”. “Está, pois, nas mãos do Governo resolver este problema até à votação final do Orçamento. Assim haja vontade política para o fazer, o que não verificámos nesta negociação”, completou.

Para o próximo ano, o Governo propôs aos funcionários públicos aumentos entre 2% a 8%, contemplando uma subida mínima de cerca de 52 euros para todos. Além disso, decidiu subir o subsídio de refeição dos atuais 4,77 euros para 5,20 euros, depois de uma segunda reunião com os sindicatos, onde sinalizaram que a margem orçamental para a Função Pública está esgotada.

Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2023, apresentada esta semana na Assembleia da República, o pacote de medidas para a Função Pública tem um impacto de 1.320 milhões de euros. O montante divide-se da seguinte forma: 905 milhões de euros para a atualização da base remuneratória e outras valorizações salariais; 338 milhões de euros para progressões e promoções (obrigatórias e decorrentes de alterações a carreiras); 77 milhões de euros para a atualização do subsídio de refeição.

Antecipar subida de nível remuneratório dos técnicos superiores

Na sexta-feira, nas reuniões suplementares agendadas com os representantes dos funcionários do Estado, o Executivo liderado por António Costa propôs aos sindicatos da Função Pública acelerar a subida de mais um nível remuneratório para alguns técnicos superiores. A progressão estava prevista ocorrer ao longo da legislatura, ou seja, num período de quatro anos, mas poderá afinal acontecer em metade do tempo previsto.

“O Governo apresentou a proposta de podermos acelerar essa progressão, passando de uma progressão que estava prevista para quatro anos, para toda a legislatura, para dois anos”, indicou a ministra da Presidência, quando questionada pelos jornalistas sobre a renumeração dos técnicos superiores. “Não fixámos ainda nenhum limite para a atualização deste ano e para as do próximo ano“, sinalizou Mariana Vieira da Silva.

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