UE aprova mais 500 milhões de ajuda militar à Ucrânia. Portugal vai dar formação
Com esta nova parcela, contribuição para a Ucrânia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz soma já 3,1 mil milhões de euros. Portugal entra na missão para dar formação a militares ucranianos.
O Conselho da União Europeia (UE) adotou esta segunda-feira a sexta parcela de 500 milhões de euros de ajuda à Ucrânia, no âmbito do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz. Segundo um comunicado do Conselho, com esta nova parcela, a contribuição da UE para a Ucrânia ao abrigo deste mecanismo soma já 3,1 mil milhões de euros.
As medidas de assistência, decididas em conformidade com as prioridades definidas por Kiev, consistem em 490 milhões de euros para equipamento militar concebido para aplicação de força letal com fins defensivos, bem como em dez milhões de euros destinados a cobrir o fornecimento de equipamento e outro tipo de material, como equipamento de proteção individual, caixas de primeiros socorros e combustível.
Além disso, ambas as medidas de assistência permitirão igualmente a manutenção e reparação de equipamento militar já doado pelos Estados-Membros da UE à Ucrânia no âmbito do mecanismo para a paz.
Com estas medidas, “a UE intensifica o seu apoio à Ucrânia para que esta defenda a soberania e a integridade territorial do país dentro das fronteiras que lhe são internacionalmente reconhecidas e defenda a população civil da guerra de agressão russa em curso”, destaca o comunicado, salientando que a verba se destina a apoiar as capacidades das forças armadas ucranianas.
Na quinta-feira, no final de uma reunião da NATO, em Bruxelas, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, anunciou que Portugal vai enviar para a Ucrânia os seis helicópteros Kamov de combate a incêndios, atualmente sem licença para operar por serem de origem russa e um dos quais inoperacional.
“A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los”, disse Helena Carreiras. Em causa estão, especificou, “seis helicópteros que precisam de reparação, um deles inoperacional porque foi acidentado”.
Portugal vai dar formação a militares ucranianos
A partir do Luxemburgo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, anunciou ao início da tarde desta segunda-feira a participação de Portugal numa missão à escala europeia para dar formação a militares ucranianos, em matérias “específicas e de curta duração”, que estará sediada na Alemanha e na Polónia.
Além da deslocação de militares portugueses para darem algumas dessas formações nestes dois países da Europa central, o governante referiu, no final de uma reunião com os homólogos da UE, que também está prevista a “participação de militares ucranianos em atividades de formação em Portugal, nomeadamente nos carros de combate”.
Em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, o ministro da Defesa garantiu ainda que houve consenso nesta reunião em torno da continuação do apoio militar “muito firme e alargado” à Ucrânia, com Kiev a pedir defesas antiaéreas; da intensificação das sanções à Rússia; e ainda dos contactos com o Tribunal Penal Internacional “para que todos os crimes de guerra possam ser investigados e levados” à justiça.
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