Irão disposto a dialogar com Kiev após alegações “infundadas” sobre drones
“As afirmações segundo as quais a República Islâmica envia armas, incluindo drones de combate, para serem utilizadas na guerra na Ucrânia” são “falsas”, afirma Teerão.
O Irão afirmou esta terça-feira estar disposto a dialogar com Kiev para clarificar as alegações “sem fundamento” sobre o fornecimento à Rússia por Teerão de armas e ‘drones’ utilizados na ofensiva russa contra a Ucrânia. Kiev e os seus aliados ocidentais acusaram a Rússia de utilizar nas últimas semanas drones (aeronaves não tripuladas) de fabrico iraniano para efetuar ataques na Ucrânia.
O Kremlin (Presidência russa) afirmou não ter conhecimento da utilização dessas armas pelo Exército russo. Ao considerar tais afirmações “sem fundamento” e “baseadas em falsas informações”, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, assegurou, em comunicado, que “o Irão está pronto para negociar e discutir com a Ucrânia para solucionar estas acusações”.
“As afirmações segundo as quais a República Islâmica envia armas, incluindo drones’ de combate, para serem utilizadas na guerra na Ucrânia” são “falsas”, declarou o ministério. Após diversos ataques dos chamados drones ‘kamikaze’ sobre Kiev, a Ucrânia pediu na segunda-feira à União Europeia (UE) que impusesse novas sanções a Teerão. O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, sugeriu ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a rutura das relações diplomáticas com o Irão.
Segundo Kuleba, Teerão forneceu drones iranianos à Rússia “dizendo-nos que é contra a guerra e que não apoia nenhuma das partes”. Nos últimos dias, Kiev denunciou por diversas vezes a utilização pela Rússia de drones de fabrico iraniano, em particular os Shahed 136 kamizake, para atacar infraestruturas energéticas civis na Ucrânia.
Para justificar a sua proposta a Zelensky, o chefe da diplomacia ucraniana sublinhou ainda “o surgimento de relatórios sobre o possível fornecimento de armas pelo Irão à Rússia”, e após a publicação de artigos em diversos ‘media’ que apontam a entrega para breve de mísseis iranianos terra-terra às tropas de Moscovo.
O ministério iraniano considerou que as alegações sobre os fornecimentos de armamento se inserem numa “intencional instauração, com objetivos políticos e pelos ‘media’ de certos países, de um clima” hostil a Teerão. “A República Islâmica, desde o início do conflito, sempre sublinhou a necessidade de pôr termo e resolver os diferendos por meios pacíficos”, acrescentou o porta-voz.
Em setembro, a Ucrânia já tinha reduzido a presença diplomática iraniana no país, em represália por alegadas entregas de armamento de Teerão a Moscovo.
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