BRANDS' TRABALHO Promova Talks: “Fui promovida um mês antes de ser mãe”

  • Trabalho + CIP
  • 20 Outubro 2022

Sara Silva, da L'Oréal Portugal, é a quarta convidada da II temporada do Promova Talks. Além de falar sobre o seu longo percurso profissional, a responsável enaltece a política igualitária da empresa.

“Promova Talks” é o nome dado ao espaço de debate sobre igualdade de género do Projeto Promova, uma iniciativa da CIP – Confederação Empresarial de Portugal – que visa alargar o acesso das mulheres a cargos de liderança nas empresas portuguesas.

Sara Silva, Human Relations Director na L’Oréal Portugal, é a quarta convidada da II temporada do “Promova Talks”. Neste episódio, além de ser abordada a política de ética da L’Oréal, que é uma das mais cobiçadas no mercado de trabalho, a responsável de recursos humanos deu, ainda, o seu testemunho como exemplo para destacar a conduta igualitária da empresa. Veja abaixo a entrevista completa.

Com um percurso de mais de 20 anos na L'Oréal, passou por vários cargos dentro da empresa. Um desses cargos foi o de correspondente de ética, onde esteve durante 4 anos. Durante este período, que mudanças de ética relacionadas com a igualdade de género ajudou a construir na empresa?

É verdade, são mais de 20 anos na L’Oréal, são 10 marcas diferentes, com diferentes circuitos de distribuição, mas confesso que o cargo de que mais me orgulho é precisamente o de correspondente de ética. Eu costumo dizer que, na L’Oréal, todos somos ética na empresa. Em concreto, a minha missão enquanto correspondente foi suportar os diferentes country managers que acompanhei para assegurar que a ética é respeitada no nosso mercado.

Atualmente sabemos que as empresas mais sustentáveis são aquelas que incorporam a ética na cultura, na estratégia, nas práticas e, na L’Oréal, sabemos, queremos e somos uma das empresas mais exemplares e éticas do mundo. A ética, claramente, constitui um dos nossos pilares e guia o nosso comportamento, não só enquanto empresa que gere um negócio, mas também como empresa empregadora e, ainda, enquanto cidadãos responsáveis.

Temos um papel importante quando falamos de temas como a igualdade de género. Por isso, enquanto correspondente de ética, tentei manter vivos estes nossos princípios éticos – a integridade, o respeito, a coragem, a transparência-, que são os nossos pilares e que nos permitem ser uma referência.

Na prática, o programa de ética na L’Oréal inclui formações para aumentar a consciência dos colaboradores sobre o tema, mas também conversas livres sobre questões éticas na empresa, inclui perguntas ao CEO. Ou seja, continuamos a refletir sobre como é que podemos melhorar a ética todos os dias na L’Oréal. Para isso também temos formações que são mandatórias, tais como e-learnings obrigatórios para todos os colaboradores. E, uma curiosidade, todos os colaboradores são convidados a ouvirem o nosso código de ética antes de entrarem para a empresa.

Em 2018, a L'Oréal sublinhou o seu compromisso com a inclusão de pessoas da comunidade LGBTQI, ao ser uma das primeiras empresas a apoiar oficialmente os padrões de conduta introduzidos pelas Nações Unidas para combater a discriminação desta comunidade. Que outro tipo de iniciativas a empresa tem promovido dentro deste tema?

Na L’Oréal acreditamos que realmente há um poder na diversidade como um valor que torna as pessoas únicas, que nos distingue, e que nos permite impulsionar, enquanto empresa, a inovação, a inspiração e, inclusivamente, a ambição para um propósito que nós temos: criar a beleza que faz avançar o mundo. É por isso que, não só incentivamos a criação de equipas constituídas por pessoas e perspetivas diferentes, mas também estamos comprometidos em promover uma cultura de diversidade como um meio para alcançar uma sociedade mais justa e mais igualitária.

O nosso compromisso, no tema da diversidade, assenta, primeiramente, na igualdade de género, isto porque queremos garantir um ambiente inclusivo, com igualdade de oportunidade para todos os géneros e grupos de LGBTQI+ e também diferentes origens socioeconómicas e culturais. Acreditamos nas diferentes gerações no local de trabalho porque queremos promover o talento e a formação das diferentes gerações e, por último, temos e criamos o ambiente inclusivo para qualquer pessoa com qualquer tipo de deficiência.

Com orgulho posso dizer-lhe que, em Portugal, a leadership team é composta por 50% de mulheres e 50% de homens. Para além destas medidas internas, temos ainda o exemplo de algumas marcas com que trabalhamos e que nas suas frames estratégicas também incluem esta vertente de impacto social. Por exemplo, temos a marca Yves Saint Lauren, que está a promover uma campanha que é “Abuse is not love” em Portugal, feita em parceria com a APAV, e que é um programa internacional para a prevenção e luta contra a violência entre parceiros íntimos. Outro exemplo é a campanha da L’Oréal Paris que, neste caso, é mais vocacionada para assédio em locais públicos, mas também serve para nos ajudar a perceber de que forma podemos atuar para não sermos coniventes. Tudo isto demonstra que não nos limitamos a atuar internamente, mas assumimos verdadeiramente um papel ativo na sociedade.

Sara, após um longo caminho dentro da empresa, e recentemente como diretora de recursos humanos na L'Oréal Portugal, como é que olha para a participação no Projeto Promova? Em que medida é que este programa pode ajudar alguém já tão experiente?

Eu tenho o privilégio de estar numa empresa onde a igualdade de género é uma realidade e, portanto, nunca senti que por ser mulher tenha sido prejudicada ou esquecida. Posso dizer, inclusivamente, que fui promovida a diretora de marketing um mês antes de ser mãe do meu segundo filho. Então, por conviver com esta realidade, o tema da igualdade de género, para mim, não me despertava uma necessidade urgente de atuar. Ainda assim, apesar da minha experiência profissional, a participação no Projeto Promova foi um privilégio.

Ao viver o programa, eu percebi que ele é bem mais do que um programa dirigido a mulheres, é uma experiência de autoconhecimento e, neste contexto, não posso deixar de destacar o processo de coaching a que somos alvo e que, para mim, particularmente, me ajudou bastante.

É uma experiência de enriquecimento de competências chave para qualquer pessoa que ambicione ter uma posição numa empresa com impacto interno, na sociedade ou, sonhando mais alto, até mesmo nos limites do nosso planeta. É um pouco assim que eu acho que nos sentimos quando acabamos o programa – sentimos que tudo está ao nosso alcance, temos as ferramentas e que temos a obrigação de atuar, independentemente da experiência, temos essa obrigação.

Além do impacto a nível profissional, de que forma as ferramentas que adquiriu com esta experiência a mudaram a nível pessoal?

A Sara profissional e a Sara pessoal não são duas, eu sou apenas uma. Por isso, quando mudamos numa área, a outra área também sente e, portanto, globalmente eu posso dizer que sou uma pessoa mais rica, mais completa, com mais consciência de quem sou, do impacto que tenho nos outros, e isso é super valioso, não só na área profissional, mas também na pessoal.

Que mensagem gostaria de deixar às futuras participantes deste Projeto Promova?

Três mensagens – confiem, contribuam e cultivem. Confiem na expertise de quem desenhou o programa e que está em melhoria contínua graças ao feedback constante que nos é pedido em todas as fases, contribuam nas sessões com perguntas e com a partilha da vossa experiência, que é super relevante e é, garantidamente, algo que enriquece os conteúdos que são abordados nas diferentes sessões e, por último, eu penso que cultivar é uma curiosidade permanente que nos leva a querer continuar a aprender, independentemente da experiência. E não posso terminar sem pedir para que cultivem, também, a network que se cria entre os participantes e que é do mais valioso que eu retiro deste programa.

Oiça aqui a entrevista completa:

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O Projeto Promova conta com o apoio da ANA Aeroportos, da EDP, da Randstad e da SONAE.

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