É oficial. Governo confirma negócio falhado na venda da Efacec à DST
Após meses de negociações, falharam as negociações entre a Parpública, acionista público que controla mais de 71% da Efacec, e a construtora DST. Empresa deseja "o melhor à Efacec".
É oficial. O Governo confirmou o fim das negociações de venda da Efacec à DST, como o ECO revelou em primeira mão. Os ministérios das Finanças e Economia revelam que a reprivatização “não foi concluída com a alienação da referida participação social, dado não se terem verificado todas as condições necessárias à concretização do Acordo de Venda“. Mas o Governo não identifica as razões deste desfecho, que estarão relacionadas com as exigências da DST e a posição da Direção Geral da Concorrência europeia (DGComp). DST deseja, em comunicado, “o melhor para a Efacec”.
O comunicado conjunto é também totalmente omisso sobre o que se vai seguir, mas o Governo garante que está a trabalhar numa solução que viabilize a “atividade industrial da Efacec“, e faz referências a alegados “interessados na aquisição da empresa“, sem especificar quais. Além da DST, apenas a Sodécia chegou à fase final de negociação com o Governo, mas, à data, considerou que a proposta final teria de ser pior do que a não vinculativa porque a situação da empresa estava já a degradar-se.
As consequências financeiras deste desfecho para o Estado são ainda difíceis de identificar. Logo após a nacionalização, foi concedido um empréstimo de 70 milhões à Efacec através de um sindicato bancário e que recebeu uma garantia de 63 milhões de euros da Norgarante, sociedade hoje integrada no Banco Português de Fomento.
Mas apesar de o Governo antecipar que este seria um processo rápido, a situação financeira da empresa foi-se degradando. E para salvaguardar a continuidade da empresa, foi concedido um novo empréstimo de 45 milhões, no final de 2021, ao abrigo de uma nova garantia pública. Mais recentemente, como revelou o Expresso, a Parpública injetou mais 50 milhões de euros ao abrigo de um modelo de acordo de venda com a DST que acabou, agora, falhar.
Pelo meio, a Efacec registou 183,9 milhões de prejuízos em 2021 e mais de 55 milhões no primeiro semestre deste ano, e está sob pressão para ter acesso a garantias bancárias que lhe permitam manter a operação.
Em reação, a DST confirmou que, “por não ter sido possível verificar todas as condições necessárias à concretização do Acordo de Venda da Efacec, não foi concluída a aquisição da referida participação social”. Num nota enviada às redações, a empresa sublinhou “os esforços de todas as partes envolvidas que desde o primeiro momento”, que estiveram “arduamente empenhados” na operação e desejou o “melhor para a Efacec”.
(Artigo atualizado às 20h22 com a nota da DST)
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