Ministro garante que Bolsonaro não vai contestar resultado das eleições no Brasil
"Ele está a receber os ministros do Supremo [Tribunal] e não vai ter nenhuma contestação de eleição", garante o ministro de Bolsonaro, que deve reagir ainda hoje à derrota contra Lula da Silva.
O ministro das Comunicações do Brasil, Fábio Faria, garantiu esta terça-feira que Jair Bolsonaro não vai contestar os resultados eleitorais, que ditaram a derrota do ainda presidente e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Ele está a receber os ministros do Supremo [Tribunal Federal] e não vai ter nenhuma contestação de eleição lá, não vai ter nenhuma contestação de eleição“, garantiu o responsável político, em declarações à Reuters.
No entanto, segundo já confirmaram fontes do Palácio do Planalto à CNN Brasil, os juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) já avisaram Bolsonaro que só aceitam reunir-se com o chefe de Estado depois de ele reconhecer publicamente os resultados da segunda volta.
Em silêncio desde a noite eleitoral, que ditou a eleição do candidato da esquerda pela terceira vez, ao vencer com 50,9% dos votos, Jair Bolsonaro, que obteve 49,1%, deverá falar ainda esta terça-feira ao país. As últimas 24 horas têm sido marcadas por vários protestos por parte dos seus apoiantes, com destaque para o bloqueio de estradas por parte de grupos de camionistas.
Esta terça-feira, o governador do estado brasileiro de São Paulo, Rodrigo Garcia, anunciou que iria usar “toda a força necessária” contra camionistas que apoiam Bolsonaro. Alguns dos bloqueios estão a dificultar o acesso ao aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do país, o que já cancelou dezenas de voos, e já começam a provocar dificuldades de abastecimento aos supermercados em vários pontos do país.
Esta terça-feira, Jair Bolsonaro tem ainda encontros marcados com os chefes da Marinha e da Força Aérea, assim como com os ministros da Defesa, da Justiça e da Segurança Pública. Segundo a imprensa brasileira, alguns membros do Governo já começaram, no entanto, a falar com a equipa de Lula sobre o processo de transição do poder, até à tomada de posse a 1 de janeiro.
Entretanto, a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, anunciou esta tarde que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) vai ser o coordenador da equipa de transição do governo. Por outro lado, responsabilizou o chefe de Estado brasileiro pela violência das últimas horas, acusando Bolsonaro de orientar “o caos no país”.
Polícias: silêncio de Bolsonaro estimula protestos
As estruturas sindicais ligadas aos polícias brasileiros também já vieram considerar que o silêncio do Presidente, Jair Bolsonaro, que não ligou a Lula da Silva nem reconheceu a derrota nas eleições de domingo, está a estimular os atos dos camionistas que bloqueiam estradas em todo o país como forma de protesto.
“A postura do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, em manter o silêncio e não reconhecer o resultado das urnas acaba dificultando a pacificação do país, estimulando uma parte de seus seguidores a adotarem ações de bloqueios nas estradas brasileiras”, refere um comunicado divulgado nesta terça-feira pela Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e os Sindicatos dos Policiais Rodoviários Federais de todo o Brasil.
Na mesma nota citada pela Agência Lusa, estas organizações que representam polícias do país também reafirmaram “o compromisso com o Estado Democrático de Direito. O resultado das eleições de 2022 expressa a vontade da maioria da população e deve ser respeitado”.
(Notícia atualizada às 17h30 com novas informações)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Ministro garante que Bolsonaro não vai contestar resultado das eleições no Brasil
{{ noCommentsLabel }}