“Rússia põe tecnologia ao serviço do terror”, acusa primeira dama da Ucrânia

Olena Zelenska aproveita palco da Web Summit para apresentar efeitos do uso da tecnologia na destruição do país. "Estamos numa viagem ao passado, a qual não pedimos".

“A tecnologia tem o poder para determinar a direção em que o mundo se movimenta. A Rússia põe a tecnologia ao serviço do terror.” Foi assim que a primeira dama da Ucrânia, Olena Zelenska, apresentou-se nesta terça-feira em Lisboa, na cerimónia de abertura da Web Summit. O discurso serviu para mostrar os efeitos do uso da tecnologia nas pessoas, para causar a morte ou para recuperar os feridos da guerra com a Rússia.

A intervenção teve pompa de Estado: Olena Zelenska fixou-se no palanque posto no palco, focou o olhar no teleponto e preparou um discurso muito personalizado, pronto para fazer pensar cada um dos espetadores no pavilhão Altice Arena. “A Rússia, deliberadamente, está a usar alvos vivos”, acusou a mulher de Volodomyr Zelensky. Nos ecrãs, foram vistos rostos de crianças, adolescentes e de uma grávida que morreram pelos drones usados pelo exército russo, acusou a primeira dama ucraniana.

Primeira dama da Ucrânia, Olena Zelenska.Hugo Amaral/ECO

Para reforçar o impacto da apresentação, foi também exibido um vídeo em que dezenas de crianças, num abrigo, entoam a música “Stefania”, dos Kalush Orchestra com que a Ucrânia venceu a edição de 2022 da Eurovisão. Não poderia acreditar que as crianças em 2022 teriam de ir para os abrigos. As pessoas deviam voar para Marte, não para os abrigos. Parece uma viagem ao passado, a qual não pedimos.

Depois de referir que 40% da produção energética do país está comprometida, o discurso virou-se para o lado bom da tecnologia. “Queremos usar a tecnologia para salvar e não para magoar as pessoas“, assinalou. Nos ecrãs surgiu uma criança com uma mão biónica e um adolescente com uma prótese na perna, proporcionada por uma organização dos Estados Unidos.

O palco serviu para Olena Zelenska apresentar a sua fundação, lançada há um mês, e que tem como prioridades a educação e os cuidados médicos. “É possível apoiar projetos para ajudar pessoas. Encontrem esses projetos, pois ajudar a Ucrânia significa tornar o mundo num lugar melhor.”

Da esquerda para a direita: Olena Zelenska (primeira dama da Ucrânia); Paddy Cosgrave (fundador da Web Summit); António Costa e Silva (ministro da Economia); Carlos Moedas (presidente da câmara de Lisboa).Hugo Amaral/ECO

O final do discurso foi feito para o aplauso de pé: “A nossa grande vitória vai consistir em várias pequenas vitórias. Acredito que a tecnologia serve para criar e não para destruir. […] A tecnologia pode colocar o mundo num lugar melhor. Vamos fazer isto em conjunto.”

Com um pavilhão iluminado com o azul e amarelo da Ucrânia, a cerimónia de abertura da Web Summit ficou concluída.

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