Ucrânia usa cloud americana para proteger dados em tempo de guerra

Microsoft garante segurança de informações dos cidadãos ucranianos após ataque aos centros de dados pelo exército russo. Parceria, iniciada em fevereiro, será prolongada ao longo de 2023.

A guerra na Ucrânia não se limita às armas e mísseis. A tecnologia tem um papel preponderante no conflito e obrigou o Governo ucraniano a tomar medidas extremas para proteger os dados dos seus cidadãos. Perante os ataques aos centros de dados, toda a informação passou a estar guardada em cloud graças ao apoio da norte-americana Microsoft. O acordo está avaliado em 100 milhões de euros.

“A Ucrânia está a lutar pela sua independência e liberdade. Está é a maior guerra desde a II Guerra Mundial, com a tecnologia no seu maior nível de desenvolvimento. É uma guerra realmente tecnológica“, destacou o vice-primeiro-ministro e ministro para a Transformação Digital da Ucrânia, Mykhalio Fedorov, em conferência de imprensa nesta quinta-feira na Web Summit. Fedorov falou com os jornalistas momentos depois de ter sabido que estava sem luz em casa, após um ataque do exército russo às infraestruturas elétricas.

Para proteger os dados dos cidadãos e restante informação crítica, o Governo ucraniano tem uma parceria com a Microsoft, avaliada em 100 milhões de dólares (101,25 milhões de euros). O acordo iniciou-se em fevereiro de 2022, no começo da guerra, e vai ser prolongado para todo o ano de 2023, anunciou o presidente da Microsoft, Brad Smith, que usou um pin com as cores da Ucrânia.

“Quando esta guerra começou, todos reconhecemos que esta seria uma nova guerra, envolvendo novos meios tecnológicos. É uma combinação de armas tecnológicas com ataques informáticos”, referiu Brad Smith. O ministro ucraniano lembrou ainda que os primeiros mísseis russos atingiram os centros de dados e obrigaram a acelerar a transformação digital do país, que tinha sido iniciada ano e meio antes.

Também a nível tecnológico, o presidente da Microsoft revelou que, em 23 de fevereiro, na véspera dos primeiros ataques à Ucrânia, “vimos os russos a fazerem um enorme ataque informático contra entidades ucranianas, mesmo as humanitárias”. Para o responsável, “com a inteligência artificial, é possível colmatar ataques informáticos alheios num piscar de olhos”.

A transformação tecnológica também envolve o exército ucraniano, por culpa da juventude dos voluntários. “Isso torna o nosso exército muito mais ágil”, referiu Fedorov. O ministro ucraniano assumiu ainda que a rede de comunicações está baseada na rede Starlink, também do norte-americano Elon Musk, que utiliza internet por satélite.

O Governo da Ucrânia tem marcado bastante presença na edição de 2022 da Web Summit desde o dia de abertura. Além do ministro Mykhalio Fedorov, a primeira dama do país, Olena Zelenska, fez o encerramento da cerimónia de abertura e tem dado entrevistas no local.

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