Presidente da Fosun perde 35 lugares na lista dos multimilionários chineses

  • Lusa
  • 9 Novembro 2022

A fortuna pessoal de Guo, 55 anos, fixou-se, em 2022, no equivalente a cerca de 5,5 mil milhões de euros, de acordo com a lista elaborada pela Hurun Report Inc.

O presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, que detém várias empresas em Portugal, caiu 35 lugares na lista dos mais ricos da China, para a 126ª posição, no pior ano para os multimilionários do país desde 1998.

A fortuna pessoal de Guo, 55 anos, fixou-se, em 2022, no equivalente a cerca de 5,5 mil milhões de euros, de acordo com a lista elaborada pela Hurun Report Inc, unidade de investigação sediada em Xangai e considerada a Forbes chinesa.

A Fosun, que soma uma dívida equivalente a cerca de 38 mil milhões de euros, desfez-se já de milhares de milhões de euros em ativos este ano, à medida que enfrenta crescentes dificuldades de financiamento nos mercados chinês e internacional.

As ações da Fosun International Limited, a principal unidade do grupo cotada na Bolsa de Valores de Hong Kong, afundaram mais de 40%, nos últimos 12 meses.

A Fosun realizou, nos últimos dez anos, uma série de aquisições além-fronteiras, adquirindo em Portugal a seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30% no banco Millennium BCP e mais de 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais.

Segundo a lista da Hurun, difundida hoje, o número de multimilionários na China registou, em 2022, a maior queda em 24 anos, refletindo o impacto da política de ‘zero casos’ de covid-19 e a crise no setor imobiliário. De acordo com este ‘ranking’, 1.305 pessoas na China têm agora uma fortuna estimada em pelo menos 5 mil milhões de yuans (690 milhões de euros), uma queda de 11%, em relação ao ano passado.

A fortuna acumulada dos multimilionários chineses é equivalente a cerca de 3,5 biliões de euros, uma queda homóloga de 18%, o que representa também a maior descida homóloga dos últimos 24 anos.

A China é um dos últimos países do mundo a manter rigorosas medidas de prevenção epidémica. Os repetidos bloqueios de bairros, distritos e cidades inteiras implicam uma interrupção das cadeias de produção e abastecimento e do comércio, travando a atividade económica.

Os multimilionários chineses também sofreram no mercado de ações, face a uma campanha regulatória lançada por Pequim no setor da tecnologia, as incertezas ligadas à guerra na Ucrânia e a subida das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos.

A fortuna pessoal de Yang Huiyan, que dirige o grupo imobiliário Country Garden Holding, registou a maior perda, no valor equivalente a 15,7 mil milhões de euros. O chinês mais rico continua a ser Zhong Shanshan, fundador da empresa de água engarrafada Nongfu Spring, que viu a sua fortuna aumentar em 17%, para 65 mil milhões de euros.

Quase 300 chineses que, no ano passado, estavam nesta lista, deixaram de estar. A maioria pertence ao setor imobiliário, que enfrenta uma crise de liquidez.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia chinesa cresça 3,2%, este ano, o que seria o ritmo mais fraco das últimas quatro décadas, excluindo 2020, o ano em que a pandemia da covid-19 começou.

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