Kiev diz que cerca de metade do sistema energético está inoperacional
“Infelizmente, a Rússia prossegue os seus ataques com mísseis contra a infraestrutura civil essencial da Ucrânia, combatendo contra a sua população civil e privando-a de luz", diz primeiro-ministro.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou esta sexta-feira que cerca de metade do sistema energético do país está inoperacional na sequência dos ataques russos contra esta decisiva infraestrutura do país.
“Infelizmente, a Rússia prossegue os seus ataques com mísseis contra a infraestrutura civil essencial da Ucrânia, combatendo contra a sua população civil e privando-a de luz, água, aquecimento e comunicações durante o inverno”, disse Shmyhal em Kiev num encontro com Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia.
“Só no dia 15 de novembro, a Rússia disparou cerca de 100 mísseis contra cidades ucranianas. Quase metade do nosso sistema energético está fora de serviço”, acrescentou. Shmyhal sublinhou que, nestas condições, a Ucrânia necessita de mais apoio por parte dos aliados europeus nas áreas energética e financeira, através do fornecimento de equipamento e de recursos para garantir o fornecimento de gás e reforçar o setor da energia.
Cerca de 40% das infraestruturas energéticas foram danificadas em outubro no decurso da primeira vaga de ataques com mísseis russos, indicam os dados das autoridades ucranianas.
Na noite de quinta-feira, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que mais de dez milhões de pessoas estão sem eletricidade, em particular nas regiões de Vynnitsia, Odessa, Sumy e Kiev, onde está a ser “feito o possível” para normalizar a situação.
Rússia acusa Kiev de executar mais de uma dezena de soldados russos
Já o Ministério da Defesa russo acusou esta sexta as forças ucranianas de terem executado “com tiros na cabeça” mais de uma dezena de soldados russos que estavam imobilizados depois de detidos.
“Ninguém será capaz de justificar o assassínio deliberado e metódico de mais de dez militares russos imobilizados por degenerados das Forças Armadas ucranianas com tiros diretos na cabeça como uma ‘exceção trágica’”, refere-se num comunicado oficial do ministério.
O “assassínio brutal” dos militares russos, cujas imagens foram divulgadas nas redes sociais, “não é o primeiro nem o único exemplo de crimes de guerra” de Kiev, alega. “É uma prática difundida dentro do Exército ucraniano, ativamente apoiada pelo regime de Kiev e ignorada pelos seus benfeitores ocidentais”, lê-se no documento, em que se afirma ainda que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e respetivos partidários terão de responder “por cada prisioneiro torturado e assassinado”.
O Conselho de Direitos Humanos russo, ligado ao Kremlin, disse que vai pedir uma reação da comunidade internacional ao vídeo, alegadamente gravado na localidade de Makiivka, na região ucraniana de Lugansk. Na passada segunda-feira, o governador de Lugansk leal a Kiev, Serhiy Gaidai, afirmou na conta que mantém na rede social Telegram que as tropas ucranianas haviam libertado Makiivka.
O Conselho divulgou no Telegram que encaminhará informações sobre a execução de soldados russos às Nações Unidas, Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Conselho da Europa, Amnistia Internacional (AI) e outras organizações.
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