“Medina e Costa ainda devem explicações ao país”, diz Bloco de Esquerda

Para o Bloco de Esquerda tanto Fernando Medina como António Costa ainda devem explicações ao país e a "demissão de Pedro Nunes Santos não esgota" este caso.

O Bloco de Esquerda (BE) considera que há ainda esclarecimentos e responsabilidades a apurar, quer por parte do ministro das Finanças Fernando Medina, quer por parte do primeiro-ministro António Costa. Segundo Pedro Filipe Soares, a demissão de Pedro Nunes Santos “não esgota” este caso.

“Há um regime de privilégio da TAP que é inexplicável e que alguém tem dar responsabilidades por ele. Há pagamentos a Alexandra Reis com dúvidas de legalidade e o Ministério das Finanças não pode alegar que não os conhecia, porque era uma empresa que estava intervencionada com o Estado com uma injeção de 3.200 milhões de euros. Há responsabilidade política de — tendo Alexandra Reis sido considerada pelo próprio Estado de não estar à altura para continuar na administração de uma empresa pública — ter sido depois chamada para uma outra administração de uma empresa pública e por fim para o Governo”, disse Pedro Filipe Soares, esta quinta-feira, em declarações transmitidas pela Sic Notícias, em reação à demissão do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

Para o deputado do BE, tanto Fernando Medina como António Costa ainda devem explicações ao país e a “demissão de Pedro Nunes Santos não esgota” este caso. “Sobre o Governo as pessoas já conheceram a sua triste realidade. Falta um rumo para o país. E quando não há um rumo definido claramente o Governo perde-se em todos estes casos“, notou.

Pedro Filipe Soares considera que um Governo que não tem um projeto para o país, é um Governo que entrega “instabilidade política” e um primeiro-ministro que falha em “trazer a tranquilidade” para a vida das pessoas. Desta forma, assume que os esclarecimentos são necessários, bem como as consequências políticas que deles advierem.

“Alexandra Reis tem como percurso pertencer à administração de uma empresa intervencionada pelo Estado. O Estado declarar que ela não tem condições para continuar nessa empresa, sair dessa empresa debaixo de um regime de privilégio inexplicável, ser depois contratada para uma nova administração de uma outra empresa pública, e por fim, por chancela do ministro das Finanças e aceitação do primeiro-ministro, para o Governo. Deste ponto de vista, há esclarecimentos que têm de ser dados e não podem alegar que desconheciam quer currículo quer o percurso desta governante que foi escolhida por Medina e aceite por Costa“, sublinhou.

Para o deputado do BE o Governo não tem demonstrado a “capacidade de responder a um rumo para o país” e perde-se em todos estes casos. “Já assistimos que o Governo perde mais tempo nas falhas de coordenação internas do que na governação do país e percebemos que isso também tem como resultado não ter sequer um rumo, uma perspetiva estratégica, um horizonte de transformação do país para responder aos problemas das pessoas”, referiu.

“Quem não governa para as pessoas, fica nos braços das escolhas dos interesses económicos. Deste ponto de vista, também este regime de privilégio é alargado à elite económica. Basta ver os preços dos combustíveis e do supermercado, os lucros que as empresas destes setores apresentam e percebemos que há de facto um regime de privilégio que vive à custa e à conta deste Governo e há a ausência de políticas que defendam as pessoas deste regime de privilégio. Que começa nestas escolhas de conselhos de administração mas não se esgota aí e essa responsabilidades políticas sobre a governação do país, o governo tem de as dar”, acrescenta.

O deputado do BE exige que António Costa dê “já” uma resposta sobre todas estas polémicas e têm e dar conta das escolhas que faz. “O Governo tem a maioria absoluta que o PS pediu. Tem uma maioria parlamentar que dá suporte de forma absoluta a esse Governo. E o primeiro-ministro tinha prometido que isso lhe traria estabilidade. A tal estabilidade política que considerou que não existiu o ano passado. Percebemos que a instabilidade começa no próprio PS. Na ausência de um rumo, de um política orientadora e que seja congregadora dessa vontade para o país, e na incapacidade de responder neste momento tão difícil”, disse.

Sobre a moção de censura apresentada pela Iniciativa Liberal, Pedro Filipe Soares afirma que o BE só assume uma posição depois de conhecer o texto da mesma.

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