Exclusivo Efacec fecha 2022 com prejuízos de 100 milhões de euros
O processo de reprivatização da Efacec voltou a ser aberto depois do falhanço da venda à DST, mas os resultados pioraram de forma significativa.
Os candidatos à reprivatização da Efacec já conhecem os principais números da Efacec relativos a 2022, que revelam uma crescente degradação da sua situação económica e financeira. Os prejuízos da empresa industrial em 2022 ultrapassam os 100 milhões de euros e os prejuízos operacionais (EBITDA) são da ordem dos 80 milhões de euros, enquanto a dívida supera os 250 milhões de euros. É neste quadro que os grupos candidatos à reprivatização vão ter de apresentar propostas não vinculativas, até ao dia 15 de fevereiro.
Depois do falhanço das negociações para a venda da Efacec à DST — notícia revelada em primeira mão pelo ECO –, o Governo reabriu o processo. De acordo com o novo caderno de encargos, aprovado em Conselho de Ministros a 21 de novembro, o Governo encarregou a Parpública a adotar “medidas de reestruturação” para manter a empresa em funcionamento, enquanto é dado início a um novo processo de reprivatização. O objetivo anunciada era “manter o valor operacional do grupo e que permitam viabilizar condições” para a sua venda. Mas a degradação das contas em 2022 torna o processo mais difícil. E até ao momento, a exposição do Estado à Efacec é de 165 milhões de euros, dos quais 115 milhões em garantias de Estado e 50 milhões em injeção de capital.
Em 2021, os prejuízos da Efacec foram superiores a 180 milhões de euros e, no primeiro semestre deste ano, os prejuízos foram de 55 milhões e 54 milhões de capitais próprios negativos, ou seja, estava em falência técnica, situação que se agravou no segundo semestre.
Precisamente por causa da situação financeira da empresa, o Governo decidiu que a Parpública, a principal acionista depois da nacionalização de 71,73% da Efacec, deveria dotar a empresa “dos respetivos meios financeiros em consonância com a informação” que a própria Parpública apresentou ao Estado. Só falta saber que valores estarão em causa, dependendo, também do modelo de venda que vier a ser decidido, e o cenário que várias fontes consideram mais provável é um negócio de venda em unidades de negócio, isto é, uma Efacec partida em partes.
O ministro da Economia, António Costa Silva, anunciou a 6 de dezembro que a Parpública recebeu demonstrações de interesse válidas de oito candidatos nacionais e estrangeiros. E de acordo com o Expresso, os grupos portugueses interessados são a Sodecia que é repetente; a construtora Mota-Engil; a Carpin, empresa de um ex-presidente da Efacec, António Cardoso Pinta; e a Efaflu, da família Ricca, antiga acionista da empresa. Já os investidores estrangeiros interessados são a Oaktree, que também já tinha manifestado interesse na empresa; o fundo alemão Mutuares, especialista em aquisição de empresas em dificuldades; o fundo inglês Enoda e um fundo asiático Chint International. Mas, entretanto, já se sabe que um dos candidatos estrangeiros já comunicou o desinteresse na Efacec.
O ECO questionou oficialmente a Efacec sobre os resultados de 2022, mas a companhia escusou-se a fazer comentários.
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