Galamba “não está preparado para ter em mãos dossiê TAP”, diz presidente do sindicato dos pilotos

O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) voltou a criticar este sábado o ministro das Infraestruturas pela forma como decorreu a reunião da véspera no ministério. Tiago Faria Lopes diz que João Galamba não está preparado para o dossiê da TAP e criticou o seu comportamento, que considera não ser apropriado para uma figura do Estado.

“O que conseguimos saber e foi factual, é que o senhor ministro não está preparado para ter em mãos a TAP, que é um dossiê muito importante, uma questão de soberania e por uma questão económica-financeira do país”, afirmou o presidente do SPAC em declarações à CNN Portugal. “Um ministro que abandona uma sala de forma inaudita, que deixa toda agente incrédula, não está no seu melhor dia. Um ministro não pode ter esse tipo de comportamento”, disse também Tiago Faria Lopes.

O presidente da estrutura sindical explicou que convite partiu do SPAC, para apresentar as suas preocupações em relação à administração acabando a reunião por ser marcada para a última sexta-feira no Ministério das Infraestruturas. Segundo o relato de Tiago Faria Lopes, o encontro acabou de forma abrupta: “Simplesmente não gostou da conversa. Estamos a ter uma conversa que para nós era produtiva e alertar para a proecipação do dossiê da TAP no futuro, até numa privatização. Nós gostaríamos de saber qual a posição do ministério. Não conseguimos saber”.

“O senhor ministro disse diretamente que não tem nada a ver com a gestão da companhia, até porque ela iria dar resultados históricos positivos, recordando que nunca deu devido à massa salarial de todos os trabalhadores. Foi perentório em dizer que não negociava com o sindicato“, sublinhou.

A gestão da TAP e a negociação com os sindicatos está com administração, o que não estava com o seu antecessor [Pedro Nuno Santos]. O que para nós é algo mais positivo, conseguirmos negociar com a administração.

Uma posição que o presidente do SPAC acabou por felicitar: “A gestão da TAP e a negociação com os sindicatos está com administração, o que não estava com o seu antecessor [Pedro Nuno Santos]. O que para nós é algo mais positivo, conseguirmos negociar com a administração”, afirmou. “A administração sabe perfeitamente que o Acordo Temporário de Emergência, com as condições que está a dar aos pilotos e aos restantes trabalhadores não serve para a companhia. Deu-nos essa carta-branca, que o antecessor não tinha dado até então. Ficamos satisfeitos nesse campo, mas muito preocupados com o futuro da TAP.

Já ontem, após o encontro com João Galamba, o presidente do SPAC tinha deixado críticas ao ministro. “O motivo desta reunião era apresentarmo-nos e discutir algumas preocupações que temos em relação ao grupo TAP. O ministro João Galamba não nos deu tempo”, afirmou. “Um ministro, aliás, que desculpa os erros de gestão com os supostos lucros da TAP Air Portugal em 2022”, apontou, salientando que o governante “culpabiliza os maus resultados da TAP” com “a massa salarial dos trabalhadores, nomeadamente dos pilotos”, acrescentou.

“Recordamos que esses lucros muito advêm dos cortes salariais” e “do aumento dos preços”, salientou, garantindo que “o grupo IAG aumentou a massa salarial para 21,5%, a Lufthansa para 24% e o grupo KLM Air France para 31%, sendo que a TAP diminui de 21% para 14,3% escudando-se na União Europeia”.

(notícia atualizada às 13h20)