Setor social pode ser área de “especialização” para o Alentejo, diz ministra

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2023

“É possível criar emprego com investimento na área social, (…) ao mesmo tempo que aumentamos e melhoramos as oportunidades para os mais carenciados”, disse a governante.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, defendeu esta segunda-feira, em Castro Verde (Beja), que o setor social pode ser “uma das áreas de especialização do Alentejo”, para gerar emprego e melhorar a qualidade de vida local. “É possível criar emprego com investimento na área social, (…) ao mesmo tempo que aumentamos e melhoramos as oportunidades para os mais carenciados”, afirmou a governante, na cerimónia de inauguração de duas residências autónomas para pessoas com deficiência.

Promovido pela Cooperativa para a Educação, Reabilitação e Capacitação para a Inclusão (CERCICOA), o projeto das Residências de Autonomização e Inclusão representou um investimento de 450 mil euros, financiado em 85% por fundos comunitários e em 15% por verbas da instituição. A Câmara de Castro Verde também apoiou o projeto, cedendo o lote onde foram construídas as duas residências, com um valor estimado de 60 mil euros.

A autarquia concedeu ainda um apoio financeiro direto de 20 mil euros ao projeto, assim como diversos apoios de “natureza logística e operacional”. No seu discurso na cerimónia de inauguração, a ministra da Coesão Territorial afirmou que as duas novas residências autónomas para pessoas com deficiência em Castro Verde “fazem o pleno”.

Segundo Ana Abrunhosa, mostram como se está “a mudar o paradigma na oferta de cuidados aos mais frágeis” em Portugal e “não são apenas importantes para o município de Castro Verde, mas também para os municípios vizinhos”. “Ninguém duvida que estas unidades e os serviços que vão prestar são um verdadeiro serviço público”, acrescentou.

Também presente na cerimónia, o presidente da Câmara de Castro Verde, António José Brito, elogiou “toda a dimensão do trabalho meritório que, ao longo dos últimos anos, a CERCICOA tem desenvolvido” no território. O autarca alentejano disse ainda que as novas residências autónomas são “mais um passo e mais uma resposta” num trabalho coletivo “de muita gente e que tem de ser acompanhado com a proximidade dos municípios e das populações”.

Por sua vez, o presidente do conselho de administração da CERCICOA, António Matias, reconheceu que esta nova resposta social da instituição na sede de concelho vai permitir aos seus residentes “melhor qualidade de vida” e o “exercício de uma cidadania o mais participativa possível”.

O responsável aproveitou ainda a presença da ministra para alertar para a necessidade de “políticas públicas que comecem a inverter a tendência demográfica negativa” do interior do país. No caso do Alentejo, apontou, aludindo aos Censos 2021, a região perdeu “12% de população residente, 9% de empregadores e 8% de ativos”.

“Mas crescemos 58% em alojamentos coletivos de apoio social, o que significa que a perda de população no Alentejo é preocupante e que o setor social começa a ter muita dificuldade em contratar trabalhadores para os mais diversos serviços e especialidades”, reforçou. Esta realidade levou o presidente da CERCICOA a pedir a “rápida introdução de medidas de natureza económica, para que a atração de recursos humanos [para o setor social] seja uma realidade e que incentive a fixação de pessoas no interior”.

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