Seguradoras britânicas aguentam stress test lançado pelo Bank of England

  • ECO Seguros
  • 8 Fevereiro 2023

Entre outras foi testada a possibilidade da Cloud ir abaixo mais de 10 dias, da Bolsa cair 33%, ou de um sismo de grau 7 ocorrer na Califórnia. A simulação abrangeu 54 seguradoras.

A Prudential Regulation Authority (PRA), organismo do Bank of England que controla solvabilidade e capitais necessários de todas as instituições financeiras no Reino Unido, divulgou os resultados do teste de stress de seguros que realizou, em 2022, a 54 seguradoras seguradoras britânicas, 16 especializadas em Vida, 17 de seguros gerais e 21 sindicatos da Lloyd’s. No Reino Unido, a PRA trata de regulação prudencial enquanto a Financial Conduct Authority (FCA) regula a área comportamental, funções que em Portugal são ambas exercidas pela ASF.

Lançado em maio passado, o teste de stress para seguradoras gerais e sindicatos do Lloyd’s avaliou a sua posição de solvência contra um conjunto de catástrofes naturais seguradas e perdas cibernéticas, enquanto as seguradoras de vida examinaram a sua posição de solvência após um cenário económico adverso e um aumento na longevidade.

Dirigindo-se aos participantes no teste, a diretora executiva de supervisão de seguros, Charlotte Gerken, comentou: “os resultados indicam que o setor de seguros do Reino Unido é resiliente aos cenários especificados pela PRA, quando sujeito a uma série de medidas de mitigação”.

“No conjunto dos participantes do IST 2022, a cobertura do requisito de capital de solvência (SCR) do setor de seguros de vida caiu de 162% para 123% e a cobertura de SCR do setor de seguros gerais permanece acima de 120% em todos os cenários.”

A PRA constatou que os impactos de baixa de notações de crédito, choques no mercado imobiliário e melhoria da longevidade no cenário de stress foram as maiores causas do declínio na cobertura de solvência para seguradoras de vida, enquanto o principal atenuante de perdas para seguradoras gerais é o resseguro de terceiros e resseguradores de partes relacionadas.

“Este exercício também identificou algumas lacunas comuns em dados e modelos e destacou exemplos de melhores práticas em gestão de riscos”, acrescentou Gerken.

Testando os extremos

Para além de um cenário de aumento de longevidade dos segurados, no caso das seguradoras Vida os testes incidiram sobre um choque no mercados financeiros e no aumento de longevidade dos segurados. Num primeiro momento, existe uma baixa repentina de taxas de juro e de índices bolsistas para, rapidamente, esta evoluir para uma descida das notas de rating dos ativos financeiros e numa baixa dos ativos imobiliários. Este cenário evolui rapidamente, e, simultaneamente, a liquidez dos mercados baixou significativamente. O valor de SCR (cuja fronteira limite é 100, sendo, valores abaixo deste, preocupantes para a solvabilidade de uma seguradora) baixou no caso do aumento de longevidade, de pouco mais de 160 para 135, e para 123, no caso de aumento de longevidade.

Um segundo cenário de efeitos adversos foi testado nas seguradoras Não Vida relacionado com riscos catastróficos. Foram ensaiadas as situações de uma temporada agressiva de furacões nos Estados Unidos, um terramoto de escala 7 na Califórnia e tempestades e cheias no Reino Unido.

Finalmente, também um grupo de ataques ciber foi experimentado. Uma falha de 10 dias nos principais servidores de Cloud, um roubo de dados generalizado e um ransomware de dimensão sistémica. As seguradoras aguentaram estes choques, a PRA concluiu que está assegurada alguma resiliência nos sistemas e processos, e, principalmente, na gestão de riscos por parte das seguradoras.

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