Endividamento da economia sobe 19 mil milhões, mas cai para 334% do PIB

Apesar da dívida do Estado, empresas e famílias ter aumentado 19,1 mil milhões de euros, o nível de endividamento da economia baixou face a 2021 em percentagem do PIB à custa da inflação.

Apesar da dívida do Estado, empresas e particulares ter aumentado 19,1 mil milhões de euros em 2022, para quase 794 mil milhões de euros (o valor absoluto mais elevado de sempre), o nível de endividamento da economia baixou de 361,2% do PIB para 333,9% do PIB em 2022.

“O aumento do PIB registado em 2022, superior ao acréscimo do endividamento, originou uma evolução dos indicadores do endividamento do setor não financeiro em percentagem do PIB contrária à observada para os valores nominais”, refere o Banco de Portugal num relatório publicado esta quinta-feira.

Fonte: Banco de Portugal. Valores referentes ao setor não financeiro.

De acordo com dados do Banco de Portugal, a pressionar a subida de 2,5% do endividamento da economia no ano passado esteve, fundamentalmente, o incremento de 2,6% do endividamento do Estado, com a dívida pública não financeira a engordar mais de 8,8 mil milhões de euros, “principalmente junto das administrações públicas (5,2 mil milhões de euros) e dos particulares (3,0 mil milhões de euros)”, refere o Banco de Portugal em comunicado.

À fatura do Estado, somou-se ainda um aumento de 1,93% da dívida das empresas (5,5 mil milhões de euros) e a subida de 3,29% do endividamento das famílias (4,78 mil milhões de euros).

No final do ano passado, o setor público não financeiro acumulava uma dívida de 352,5 mil milhões de euros, as empresas privadas 289,8 mil milhões de euros e as famílias 151,5 mil milhões de euros.

Fonte: Banco de Portugal. Dados referentes apenas ao setor não financeiro.

Apesar das contas divulgadas esta quinta-feira do Banco de Portugal mostrarem uma queda do nível de endividamento do Estado (por conta da subida do PIB), como foi antecipado por várias ocasiões pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, os números continuam a espelhar uma economia altamente endividada, que não tem parado de engrossar a fatura, sobretudo a partir de 2016.

Depois de três anos de cortes constantes do endividamento do Estado (entre 2013 e 2015) para valores abaixo dos 704 mil milhões de euros, a dívida do setor não financeiro da economia tem crescido a um ritmo médio de 1,73% ao ano desde 2016, que culminou num valor recorde de quase 794 mil milhões de euros no final do ano passado.

E o principal causador do aumento do endividamento da economia nacional tem sido o próprio Estado, com o endividamento público a “engordar” a um ritmo médio de 2,14% por ano desde 2016. No mesmo período, a dívida das empresas privadas aumentou 1,37% e das famílias registou um incremento de apenas 0,93; e o PIB terá registado um crescimento médio anual de 2,05% entre 2016 e 2022 (assumindo as projeções do Banco de Portugal de 6,8% do PIB para 2022).

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