Costa “perdeu a cabeça” por tentar responsabilizar Governo PSD na privatização da TAP, diz Montenegro

  • Lusa
  • 22 Março 2023

Luís Montenegro acusou o primeiro-ministro de “tentar atirar lama ética para cima do PSD” na privatização da TAP, quando “o que fez foi penalizar de forma grosseira o erário público”.

O presidente do PSD considerou esta quarta-feira que o primeiro-ministro “perdeu um pouco a cabeça” quando tentou “atribuir responsabilidades inusitadas” e “atirar lama ética” ao último Governo social-democrata por causa do processo de privatização da TAP.

“[Sobre a TAP] creio que o primeiro-ministro perdeu um pouco a cabeça, para não dizer mesmo que se passou, ao querer agora atribuir responsabilidades inusitadas ao Governo do PSD”, sustentou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas depois de uma reunião com a delegação social-democrata no Parlamento Europeu (PE) e a presidente da instituição, Roberta Metsola, em Bruxelas, na Bélgica.

Na ótica do presidente social-democrata, o primeiro-ministro “já disse tudo e o seu contrário” e fez o mesmo quando “primeiro nacionalizou uma parte, depois nacionalizou 100%” da companhia aérea e agora vai avançar para privatização.

Luís Montenegro acusou António Costa de “tentar atirar lama ética para cima do PSD” quando “o que fez foi penalizar de forma grosseira o erário público” e os contribuintes. Na ótica do líder social-democrata, o líder do executivo atual “está atrapalhado” e limitou-se a criar “cortinas de fumo comunicacionais” para disfarçar a “incapacidade que tem tido de dar resposta” aos problemas do país.

O presidente social-democrata apelou ainda ao Presidente da República para tentar demover o Governo de avançar com o arrendamento coercivo de habitações devolutas, depois das críticas que dirigiu ao pacote “Mais Habitação”.

Somos frontalmente contra [o arrendamento coercivo] e estamos mesmo convencidos de que o PS vai acabar por compreender, por recuar, tal é o consenso que há na sociedade portuguesa contra essa medida, ainda não vi ninguém a defendê-la que não fossem os mais aferroados apoiantes do PS e os seus dirigentes, e mesmo alguns com alguma vergonha”, sustentou Luís Montenegro.

Questionado sobre o clima de crispação entre o Presidente da República e o Governo, o líder do PSD respondeu que “o país tira sempre proveito quando os órgãos de soberania exercem as suas competências em favor das condições de vida das pessoas”.

Se o Presidente da República mostra discordância perante um pacote legislativo e a intenção de mudança do Governo é porque está preocupado com as pessoas, não é com o Governo”, argumentou. O líder da oposição considerou que “mexer na habitação, hoje, pressupõe, em primeiro lugar, alargar a oferta”. Mas o modelo apresentado pelo executivo socialista “tem o efeito precisamente contrário, desincentiva o investimento e, portanto, haverá menos casas no mercado e o preço vai aumentar”, sustentou.

“Eu não me iria pronunciar em termos de crispação, iria pronunciar-me em termos daquilo que o cumprimento das competências dos órgãos de soberania, no caso de o Presidente da República poder, de alguma maneira, influenciar o Governo para ele atinar e ver o caminho de forma mais correta”, disse.

Luís Montenegro disse estar “muito de acordo” com a apreciação “negativa” que Marcelo Rebelo de Sousa fez do “pacote que o Governo apresentou de forma atabalhoada, repentina, sem uma política estruturante”.

O Presidente da República defendeu esta quarta que o arrendamento coercivo de casas devolutas “ganharia em ser repensado” e apelou a um entendimento entre socialistas e sociais-democratas sobre a habitação: “Ainda há muito debate a fazer no parlamento, o que foi anunciado ganharia em ser repensado porque as câmaras [municipais] já disseram que não vão ajudar, não têm meios.”

 

 

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