Allianz, Generali, Zurich e italianos da Reale ficam na corrida à Liberty

As maiores seguradoras da Europa e a Reale, uma mútua italiana, passaram à 2ª fase da compra dos negócios europeus da Liberty. AXA, as maiores espanholas e a Fidelidade não foram a jogo.

Terminou a primeira fase de venda do braço europeu da Liberty Mutual que inclui Portugal, Espanha e Irlanda, uma operação que mobilizou os grandes europeus dispostos a pagar um valor de referência de 1.000 milhões de euros por mais quota de mercado no seguro automóvel e multirriscos nos três mercados.

O Bank of America, que está a coordenar a operação, tinha definido esta quarta-feira para pré-selecionar candidatos que agora terão mais informação para apresentarem uma proposta vinculativa antes do verão.

Sede em Madrid da Liberty Mutual na Europa. A venda da seguradora interessou as 3 maiores da Europa e uma surpresa chegou de Itália.

Sem informação oficial, o jornal espanhol Expansion adiantou que ficaram para uma segunda fase a Allianz, Generali, Zurich, a Reale Mutua e a AXA. No entanto fontes próximas do negócio afirmaram ao ECOseguros que os franceses da AXA desistiram de seguir o caminho da compra, tal como a Fidelidade – que estudou a operação tendo em vista uma expansão mais rápida do seu negócio em Espanha, mas desistiu mesmo antes de assinar um acordo de confidencialidade sobre a operação.

A informação não oficial recolhida por ECOseguros indica que, nesta primeira manifestação de intenções, a Allianz foi a mais diligente e parece ser a mais bem colocada. A seguradora alemã está já presente nos três mercados, tal como a Zurich que, a haver a hierarquia, será a segunda mais empenhada em ficar com os negócios da Liberty na Europa.

A Generali, ainda por informação de fontes externa, terá apresentado a proposta inicial de valor mais elevada, mas acredita-se que se poderá vincular por um valor mais baixo. Durante a recente apresentação das contas de 2022, Philippe Donnet, CEO do grupo italiano, comentou que procurava “sempre boas oportunidades em fusões e aquisições, que criem valor para todos os stakeholders e que sejam consistentes” com o enquadramento estratégico e disciplina financeira”. Também é conhecido que o atual plano estratégico em vigor no grupo disponibiliza 2,5 a 3 mil milhões de euros para aquisições.

Na imprensa italiana comenta-se que a Generali poderá avançar com um preço 10 a 12 vezes o resultado líquido da vendedora, que foi de 45 milhões de euros, o que teria colocado a oferta inicial muito abaixo dos mil milhões falados. Por isso é de esperar que a carteira da Liberty seja analisada pela Generali ao detalhe na segunda fase, com a hipótese de potenciais economias de escala num negócio essencialmente de automóvel e habitação em Espanha, Portugal e Irlanda, poder ser interessante para os italianos.

Novidade entre os interessados é o Reale Group, uma mútua italiana com prémios de 5,3 mil milhões de euros em 2022, com uma presença forte em Espanha e Chile, sempre mais focada nos ramos automóvel e habitação. A Reale Mutua Assicurazioni, tem quase 200 anos de existência e é a maior seguradora mutualista de Itália.

Para além da Fidelidade e da AXA, também as seguradoras espanholas se desinteressaram no negócio. O presidente da Mutua Madrilena afirmou que não era da cultura do grupo entrar em leilões, a Mapfre desde o início se demonstrou de fora do negócio e a Catalana Occidente (agora Occident) também acabou por não avançar para a 2ª fase.

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