Antigo administrador da TAP recebeu 1,35 milhões de pré-reforma

A deputada Mariana Mortágua revelou na comissão parlamentar de inquérito que um antigo gestor do tempo em que a TAP era privada recebeu 1,35 milhões de pré-reforma. Max Urbahn, que foi administrador executivo entre 2016 e 2017, recebeu também outras regalias avultadas.

Maximilian Otto Urbahn fez parte do conselho de administração da companhia aérea durante o período em que 61% do capital da TAP era detido pela Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman.

A deputada do Bloco de Esquerda revelou que entre 2016 e 2017, o gestor recebeu um salário bruto anual de 420 mil euros e mais mil euros por cada filho. Recebeu também 84 mi euros anuais para alojamento e 25 mil euros se optasse por se desfazer do seu apartamento em Nova Iorque. Foi-lhe ainda atribuído um prémio superior a 200 mil euros durante dois anos.

Maximilian Otto Urbahn passou depois à pré-reforma a 31 de dezembro de 2018, recebendo 27 mil euros brutos mensais. Em 2019, voltou a ser administrador, agora não executivo, em representação da chinesa HNA, acumulando um salário anual de 84 mil euros com a pré-reforma, embora reduzida, disse Mariana Mortágua, referindo que esta foi aprovada pelo então CEO, Fernando Pinto. O administrador recebeu ao todo 1,35 milhões de euros só pela pré-reforma.

O administrador financeiro da TAP, que está a ser ouvido esta quinta-feira na comissão parlamentar de inquérito, afirmou que foi detetada a pré-reforma muito elevada pelos recursos humanos, que reportaram à administração. A companhia pedia apoio jurídico e “advogados especializados concluíram que contrato era ilegal”, afirmou. “A TAP procedeu ao cancelamento da pré-reforma“.

Gonçalo Pires disse ainda que “na sequência da deteção desse elemento, as equipas da TAP pediram a uma equipa externa para fazer uma auditoria externa a todas as situações. Quando estiver concluída será enviada às autoridades”.

(notícia atualizada às 20h40)