BRANDS' TRABALHO “Tudo Isto é Fado”, Tudo Isto São Processos

  • BRANDS' TRABALHO
  • 3 Abril 2023

Os modelos de negócios precisam, cada vez mais, de se adaptarem aos desafios que se apresentam. A gestão por competências está, por isso, a dar lugar à gestão por processos.

Atualmente vivemos num mundo VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity), caracterizado por uma necessidade urgente das organizações ajustarem os seus modelos de negócio e estruturas aos desafios colocados, principalmente, pela envolvente externa.

De um modo geral, a prontidão na capacidade para (re)inventar os seus modelos de negócio tem sido um fator crítico para a sobrevivência e sustentabilidade das organizações. Na maior parte das vezes, o exercício de (re)desenho organizacional obriga as organizações a olharem com bastante afinco para os seus processos de negócio.

Os fundamentos da gestão da qualidade apresentados pela ISO 9001:2015, focam a adoção de uma abordagem de gestão por processos, como a melhor metodologia para modelar e compreender o sistema de gestão das empresas, bem como garantir a sustentabilidade do negócio. Compreender e gerir processos inter-relacionados, como um sistema, contribui para a eficácia e eficiência da organização em atingir os resultados planeados.

Neste sentido, a anterior abordagem de gestão por competências parece já não ser suficiente para dar respostas adequadas aos desafios enfrentados pelas organizações, dando lugar a uma abordagem mais abrangente e eficaz: a gestão por processos.

De uma forma resumida, é possível definir o conceito de processo como uma sequência de atividades que resultam num produto final, acrescentando valor ao negócio da empresa. Na prática, é sobre os processos que as organizações assentam: são os processos que sustentam a estratégia, as operações, a estrutura hierárquica e funcional, as responsabilidades, as competências, os sistemas de liderança, a melhoria contínua e os KPI das organizações, bem como dos colaboradores.

Edivaldo João, Senior Consultant EY, People Advisory Services

Com base no discurso supra elaborado, e guiando o tema mais para a área de Recursos Humanos, podemos assumir que a melhor forma de criar e descrever funções/cargo é com base nos processos das organizações, isto porque é com base nos processos que respondemos às três questões básicas da Gestão de Recursos Humanos: o que o colaborador deve fazer (atividades/responsabilidades), o que o colaborador deve saber (competências) e o que o colaborador deve entregar (desempenho).

Outro impacto da gestão de processos na gestão de Recursos Humanos prende-se ao seguinte: por norma, os processos são compostos por atividades simples e atividades complexas. É com base na análise de cada uma das atividades dos processos que podemos definir o tipo de funções que cada uma das áreas necessita, ou seja, função júnior, plena, sénior ou uma função de gestão de equipa/executiva.

É importante frisar que nem sempre existe a obrigatoriedade de se criar uma função de gestão, para as atividades que exigem competências de liderança. A título de exemplo, um técnico mais experiente pode assumir a coordenação do trabalho das funções mais juniores das áreas.

No entanto, os benefícios da gestão por processos na área de RH não ficam por aí. Os processos também desempenham um papel crucial no exercício de planeamento da força de trabalho, com base nas volumetrias de trabalho das áreas.

É com base nos processos/subprocessos que são definidos os entregáveis de cada área e, consecutivamente, o seu volume num determinado tempo. Este exercício permite às organizações ajustarem a sua força de trabalho, face ao volume de trabalho atual e futuro.

Edivaldo João, Senior Consultant EY, People Advisory Services

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