FMI alerta para os efeitos nocivos da fragmentação da economia mundial

Segundo Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMI, só a fragmentação do comércio mundial provocará danos equivalente a 7% do PIB mundial ao longo dos anos.

As últimas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para um crescimento mundial em 2023 abaixo dos 3% e, mais preocupante, para um crescimento em redor dos 3% no próximo quinquénio.

São as piores projeções para a economia mundial dos últimos 20 anos feitas pelo FMI, “o que não nos dá uma grande esperança para atingir as metas destinadas a reduzir a pobreza mundial”, referiu esta segunda-feira Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMI, na abertura das conferências de primavera do FMI e do Banco Mundial.

A sustentar este baixo crescimento económico do globo estará, segundo Kristalina, um contínuo ambiente de fragmentação dos blocos económicos que só com o impacto provocado com a fragmentação do comércio irá provocar danos equivalente a 7% do PIB mundial ao longo dos anos.

“Se a isto associarmos o efeito do apagão tecnológico provocado por esta desfragmentação, alguns países poderão ter perdas até 12% do PIB”, refere Kristalina, sublinhando que o impacto poderá ainda ser maior caso se assista a um maior agravamento da “fragmentação dos fluxos de capital, incluindo ao nível do investimento direto estrangeiro, sobretudo nos países mais vulneráveis.

É também nesse sentido que são orientadas as expectativas de David Malpass, presidente do Banco Mundial. “Estou preocupado com as perspetivas económicas dos países mais pobres”, diz o líder do Banco Mundial.

David Malpass mostra-se pouco otimista na resolução de problemas como o combate à pobreza ou na resolução do estrangulamento financeiro com que vivem muitos dos países mais pobres do mundo. “Há capital suficiente no mundo para resolver grande parte dos problemas nos países mais vulneráveis, mas o capital está alojado num grupo bastante restrito de países e de causas”, diz.

O líder do Banco Mundial nota, por exemplo, a necessidade de haver mais investimentos em pequenos e novos negócios; e que muitos países em vias desenvolvimento enfrentam atualmente “um processo de descapitalização e não de capitalização.”

David Malpassa chama a atenção para o facto de haver “cada vez mais países a cair em fragilidade”, sublinhando que em função dos elevados níveis de inflação pelo mundo, “os agricultores chegam a deixar de plantar porque não têm dinheiro para pagar as sementes e os fertilizantes.”

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