Conselho de administração da TAP ficou às escuras na reprivatização da empresa

O chairman da companhia aérea, Manuel Beja, afirmou na comissão de inquérito que a informação só é acessível pela CEO e pelo administrador financeiro.

O chairman da companhia aérea, Manuel Beja, afirmou na comissão parlamentar de inquérito que o conselho de administração foi posto à margem do processo de reprivatização, com a informação a ficar fechada na CEO e no administrador financeiro.

Audição do Dr. Manuel Beja, na qualidade de Chairman do Board da TAP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP - 11ABR23
Audição do Dr. Manuel Beja, na qualidade de Chairman do Board da TAP na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAPHugo Amaral/ECO

A TAP contratou a Evercore há nove meses para preparar a privatização da companhia e auscultar interessados. O presidente do conselho de administração disse aos deputados que procurou que a informação recolhida fosse sendo partilhada com os restantes administradores. Da CEO recebeu a resposta de que tinha indicações do Governo para que o processo ficasse apenas com ela e com o administrador financeiro, Gonçalo Pires.

Manuel Beja diz que comentou o tema com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, à margem de um evento da NAV Portugal, e que este mostrou perplexidade. Contactou depois um assessor do Ministério das Infraestruturas, que lhe comunicou que se o conselho de administração tiver interesse no tema, teria de pedir informações à tutela financeira.

O sucessor de Miguel Frasquilho na presidência do conselho de administração da TAP é o quinto a ser ouvido na CPI à gestão da companhia aérea, depois do inspetor-geral de Finanças, do gestor financeiro da transportadora, da CEO e da antiga administradora Alexandra Reis. Manuel Beja foi escolhido pelo antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e iniciou funções no final de julho de 2021.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

(artigo em atualização)

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