Câmara de Oeiras tenta vender terrenos de antiga petroquímica pela quarta vez
Autarquia liderada por Isaltino Morais já fez três sessões de hastas públicas para tentar vender os terrenos onde funcionava a antiga petroquímica. Reduziu agora em dois milhões o valor base.
A Câmara de Oeiras vai tentar, pela quarta vez, vender os terrenos onde funcionava a antiga Companhia Nacional de Petroquímica. E tendo em conta que as anteriores hastas públicas ficaram desertas, sem qualquer proposta apresentada, a autarquia liderada por Isaltino Morais decidiu retirar cerca de dois milhões de euros ao valor base do imóvel.
De acordo com a deliberação aprovada pela Câmara de Oeiras, a que o ECO teve acesso, o valor do imóvel fixado em 14,52 milhões de euros vai passar, na próxima hasta pública ainda por agendar, para 12,43 milhões. Já a licitação verbal que tem como lance mínimo 100 mil euros, deverá manter-se.
A autarquia diz que a redução do valor-base tem em conta que, ao contrário do inicialmente previsto, haverá a “substituição de 50% da área total destinada a serviços” para “uso de um aparthotel”. Além disso, foi considerada a “atualização dos valores de custo de construção, valores de venda e as taxas aplicáveis, à data de janeiro de 2023”, lê-se no documento da deliberação aprovada em reunião de câmara.
Os terrenos onde funcionava a antiga Companhia Nacional de Petroquímica foram, pela primeira vez, a hasta pública a 6 de setembro, quando foram realizadas duas sessões que ficaram desertas, avançou na altura o Jornal de Negócios. A autarquia decidiu fazer uma terceira tentativa de venda dos terrenos a 19 de outubro, mas sem sucesso.
Projeto para os terrenos prevê habitação, comércio e serviços
Nos terrenos, localizados na Estrada de Paço de Arcos e com uma área de 20 mil metros quadrados, ainda se encontram “edifícios devolutos da antiga Companhia Nacional de Petroquímica e vias internas de acesso” “em mau estado de conservação”, sendo o seu futuro “a demolição e total reconversão funcional”.
Ainda foram “ocupados pelos serviços técnicos” da autarquia mas, agora, “o prédio em causa não se encontra arrendado nem apto a ser ocupado”, disse, ao Negócios, fonte oficial da câmara de Oeiras, acrescentando que a autarquia “desenvolveu para o local um novo cenário urbanístico multifuncional que prevê a concretização de dois lotes de terreno destinado a serviços, comércio e habitação em conformidade com a qualificação do solo definida em PDM”.
Para a compra dos terrenos, no dia da hasta pública, terá de ser pago 10% do valor e os restantes 90% são pagos no dia da escritura, que terá de ser celebrada num prazo de 90 dias, após a adjudicação que resulta do leilão. Todas as despesas legais da compra dos terrenos, como os registos e a escritura, são também suportados pelo adjudicatário.
De acordo com procedimento definido pela Câmara de Oeiras, o adjudicatário tem um prazo de nove meses, a partir da data da escritura, para pedir o licenciamento da operação de loteamento para o imóvel e apresentar todo o projeto de construção, incluindo reordenamento viário exterior.
A demolição dos edifícios devolutos e as obras dos novos imóveis terão de arrancar num prazo máximo de 24 meses, após a assinatura da escritura. Caso os prazos não sejam cumpridos por motivos imputáveis ao adjudicatário, será aplicada uma multa de 0,5% do valor da aquisição dos terrenos, por cada mês de atraso, lê-se no documento da autarquia.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Câmara de Oeiras tenta vender terrenos de antiga petroquímica pela quarta vez
{{ noCommentsLabel }}