Luta política em torno da TAP “afasta clientes e desvaloriza” a empresa, diz presidente do SINTAC

Ruído à volta da companhia aérea "está a levar à saída de pessoas e a afetar a capacidade de contratação", afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil.

O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) considera que as lutas partidárias à volta da TAP estão a tirar valor à companhia aérea e a dificultar novas contratações. Pedro Figueiredo antecipou na comissão parlamentar de inquérito um verão difícil.

É inaceitável que a TAP seja utilizada como instrumento de lutas políticas. Afasta clientes, desvaloriza a TAP e quem paga são os trabalhadores“, afirmou o dirigente sindical na sua intervenção inicial, lembrando que “muitas famílias dependem” da companhia e muitas empresas “gravitam à sua volta”.

“Este clima está a levar à saída de pessoas e a afetar a capacidade de contratação. Com o verão que se adivinha a TAP dificilmente conseguirá cumprir a sua função”, acrescentou o presidente do SINTAC.

Pedro Figueiredo destacou, tal como os outros dirigentes sindicais ouvidos esta quinta-feira, a importância de preservar o hub no aeroporto de Lisboa, dizendo que recebeu essa garantia do ministro das Infraestruturas no âmbito da reprivatização. “Sem este hub estamos convencidos que não há TAP”, sublinhou.

O presidente do SINTAC considerou que a TAP “está a ser colocada em segundo plano” por parte da gestão do grupo Vinci no aeroporto de Lisboa. Pedro Figueiredo afirmou que a TAP tem tido menos mangas na infraestrutura, atribuindo essa perda à passagem da easyJet para o terminal 1, depois de a companhia britânica ter ficado com “slots (faixas horárias de descolagem e aterragem) da transportadora portuguesa”.

“É possível ter gestão mais equitativa para a TAP operar, sabendo que é um player muito importante para os portugueses e para o grupo Vinci”, defendeu.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

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