Medina espera vários meses de inflação abaixo de 3%

Medina destaca a resistência do mercado de trabalho e a capacidade de adaptação das empresas como fatores cruciais para a economia estar a registar aumentos salariais médios acima da inflação.

O mercado de trabalho em Portugal está dinâmico e a mostrar resiliência. A conclusão é de Fernando Medina. O ministro das Finanças revelou que a “evolução das declarações para a Segurança Social estão a crescer 8%”, na sua intervenção na conferência anual da CMVM esta terça-feira.

Para o ministro, apesar de ainda haver portugueses que não estão a ter aumentos salariais desta dimensão, o crescimento de 8% das declarações para a Segurança Social significa que “o mercado de trabalho está a assegurar, do ponto de vista da sua dinâmica privada, um crescimento das remunerações com significado, nomeadamente para aqueles que procuram novos empregos”, referiu o ministro.

Segundo Medina, um ritmo de crescimento de 8% “é um valor que se aproxima significativamente da inflação do ano passado e superior à inflação que se registará ao longo deste“. Medina destaca que este número se divide num crescimento de 6% para aqueles que têm o mesmo emprego e de 16% para aqueles que mudam de emprego.

Estes números “mostram uma resistência do mercado de trabalho e uma capacidade das nossas empresas de adaptação do trabalho na atual conjuntura”, disse o responsável. No entanto, o ministro das Finanças não deixa de sublinhar que “estes resultados não são alheios ao acordo de concertação celebrado entre o Governo e os parceiros sociais no início deste processo de inflação e de aceleração de inflação mais elevada que veio permitir estabilizar as expectativas”.

Apesar dos bons números associados aos aumentos salariais e da dinâmica do mercado de trabalho, que leva inclusive Fernando Medina a sublinhar que “nunca Portugal teve tanta população empregada como hoje“, os números do desemprego do primeiro trimestre mostram também que nem tudo está a correr no mesmo sentido.

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego no primeiro trimestre foi de 7,2%, ou seja, 0,7 pontos percentuais acima aos números registados no quarto trimestre de 2022 e mais 1,3 pontos percentuais acima do período homólogo.

É nesse sentido que Fernando Medina destaca: “Não nos faltam desafios”, mas que também “não nos faltam fatores de força e resistência na nossa economia”.

O ministro das Finanças mostra-se confiante de que a “inflação abrandará ao longo de 2023”, sublinhando que até as projeções da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional se aproximam daquelas que o Governo tinha feito.

“Assistiremos já, ao longo deste ano, em particular no segundo semestre, a vários meses de inflação abaixo de 3%”, antecipa Fernando Medina, destacando que isso “será uma compensação de uma evolução importante relativamente à estabilização futura das expectativas futuras das empresas e dos restantes agentes económicos.”

O ministro revela ainda que Portugal terminará o ano com um “orçamento praticamente equilibrado” e com “mais uma descida da dívida pública, que este ano se situará num valor inferior a 110% do PIB.”

Fernando Medina volta a destacar que, com esta dinâmica das finanças públicas e com base nas projeções da Comissão Europeia, Portugal terminará o ano com um rácio de dívida pública face ao PIB “abaixo da França e de Espanha, e praticamente ao nível da Bélgica.”

O ministro destaca ainda que, a confirmarem-se estas projeções, Portugal passa de terceiro país com o mais elevado rácio de dívida face ao PIB no espaço do Euro, logo a seguir à Grécia e à Itália, para “a sexta posição dos países com a dívida mais elevada.”

Por todos estes fatos, o ministro das Finanças salienta que tanto consumidores como empresários têm “boas razões” para estarem mais confiantes. “Com a cautela e a ponderação que a incerteza atual requer, o nosso futuro sendo exigente avizinha-se mais sólido do que há uns meses”, antevê o governante.

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