Taxa de juro dos Certificados de Aforro mantém-se nos 3,5% em junho

Remuneração dos Certificados de Aforro irá manter-se, pelo quarto mês consecutivo, no valor mais elevado permitido por lei - e assim continuará até a Euribor a 3 meses cair para os 2,5%.

A taxa de juro dos Certificados de Aforro para novas subscrições e capitalizações em junho voltará a fixar-se nos 3,5%. É o quarto mês consecutivo que a remuneração destes títulos de dívida do Estado desenhados para o retalho esbaterá no teto máximo definido por lei.

De acordo com cálculos do ECO, se a fórmula de cálculo da taxa de juro dos Certificados de Aforro não tivesse esta limitação, a remuneração base no próximo mês seria de 4,4%.

Recorde-se que a taxa de juro dos Certificados de Aforro tem em conta a média dos valores da taxa Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores ao penúltimo dia útil de cada mês acrescido de um prémio de 1%. “Da aplicação da referida fórmula não poderá resultar uma taxa base superior a 3,5%, nem inferior a 0%”, refere o IGCP.

No entanto, os investidores que em junho perfaçam um ano de investimento em Certificados de Aforro, contarão com um prémio adicional de 0,5%, que levará a sua remuneração até aos 4%. E aqueles que em junho perfaçam seis anos como credores da República, contarão com um prémio adicional de 1%, com as suas poupanças a serem remuneradas à taxa de 4,5%.

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A escalada da taxa de juro dos Certificados de Aforro tem sido acompanhada por uma crescente procura por estes títulos por parte dos pequenos investidores. Segundo os últimos dados do Banco de Portugal, entre janeiro e abril, as subscrições líquidas de Certificados de Aforro acumularam quase 11 mil milhões de euros.

Considerando que o stock atual de Certificados de Aforro é de 30,3 mil milhões de euros, significa que mais de um terço deste montante foi subscrito em apenas quatro meses.

A corrida aos Certificados de Aforro tem sido tão grande que o Governo se viu obrigado a rever os limites de endividamento inscritos no Orçamento do Estado. Em despacho, o ministro das Finanças deu autorização ao IGCP para emitir até 16,6 mil milhões de euros em Certificados de Aforro este ano, cerca de 9,6 mil milhões de euros a mais face ao montante inicialmente previsto.

Como forma a manter inalterado o nível de financiamento do Estado, o Governo reviu em baixa em cerca de 9,5 mil milhões de euros as emissões de obrigações e Bilhetes do Tesouro. Com esta decisão, o Governo retira pressão dos mercados à gestão da dívida pública, aumentando assim a percentagem de dívida nas mãos de residentes.

Em contraciclo ao aumento da procura por Certificados de Aforro têm estado os depósitos bancários. Por serem vistos como concorrentes e continuarem a pagar, em média, muito abaixo dos títulos de dívida do Estado, os depósitos não param de cair.

Se nos primeiros três meses do ano as subscrições líquidas de Certificados de Aforro somaram mais de 9 mil milhões de euros, os bancos viram sair dos seus sofres mais de 7,6 mil milhões de euros que estavam aplicados em depósitos.

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