“Nem Rússia nem Ucrânia vão ganhar a guerra”

  • Lusa e ECO
  • 2 Junho 2023

João Lourenço garante que Angola está contra a invasão da Ucrânia, mas pede diálogo entre Zelenski e Putin. Militarmente ninguém vai ganhar.

João Lourenço afirma que Angola está contra a invasão da Ucrânia e considera que não haverá vitória militar de qualquer das partes, pelo que é urgente realizar conversações, “antes que seja tarde”. “A nossa posição é muito clara (…) condenamos a ocupação, pior do que isso, a anexação de parte do território ucraniano pela Rússia, mas para se pôr fim a isso, é preciso conversar, porque militarmente ninguém vai ganhar, nem a Rússia (…) vai tomar a Ucrânia, nem a Ucrânia vai tomar Moscovo“, declara João Lourenço, numa entrevista conjunta concedida à Lusa e ao jornal Expresso.

Segundo o Presidente angolano, militar de formação, a “tendência de rearmamento da Ucrânia, que está no direito legítimo de se defender”, não vai levar “necessariamente” a uma vitória militar sobre a Rússia, nem vice-versa. “Antes que seja tarde, é preciso sentar à mesa de conversações“, apela.

João Lourenço adverte que, se o sentido da guerra for para piorar, não é “utópico” o risco de uma confrontação nuclear: “E, aí, não será entre a Rússia e Ucrânia, será entre as grandes potências”.

Para o chefe de Estado angolano, a iniciativa dessas negociações deve caber aos líderes dos dois países, Vladimir Putin e Vladimir Zelensky, mas os Estados Unidos e a China poderão encorajar essa ação. “Penso e já tenho defendido que os Estados Unidos da América e a China, se chegarem a um entendimento, (…) deixando temporariamente de lado a questão de Taiwan, e decidirem que nos próximos três ou seis meses vão trabalhar juntos a favor da paz na Ucrânia, acredito que estaremos muito mais próximos de a alcançar“, afirma.

Apesar de “lamentar” esta guerra, João Lourenço teme que se estejam a esquecer outros conflitos no mundo, que também ceifam vidas, destroem património e causam ondas de refugiados.

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