PS considera que reporte ao SIS está “mais do que esclarecido”

  • Lusa
  • 6 Junho 2023

“Não se percebe como é que a oposição quer continuar a alimentar esta novela, este folhetim, em vez de se centrar nas questões que são essenciais aos portugueses”, disse Brilhante Dias.

O líder parlamentar do PS considerou esta terça-feira que o caso do reporte ao Serviço de Informações de Segurança (SIS) do computador levado do Ministério das Infraestruturas está “mais do que esclarecido”, acusando a oposição de “alimentar uma novela”.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Eurico Brilhante Dias salientou que o PS retirou “três conclusões fundamentais” da audição do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, em contraponto com as “conclusões precipitadas” da oposição.

A primeira, segundo o líder parlamentar do PS, é que “confirma-se que foi o protocolo do Governo, acionado pela senhora chefe de gabinete [do ministro das Infraestruturas, João Galamba] que fez com que o serviço de informações agisse”.

A segunda conclusão retirada pelo PS prende-se com as declarações de Mendonça Mendes segundo as quais “não foi por nenhuma intervenção de nenhum membro do Governo que o serviço de informação agiu”, a que acresce ainda o facto de ter ficado claro que o primeiro-ministro só foi informado por João Galamba sobre os incidentes no Ministério das Infraestruturas “bastante tarde, depois dos factos”.

“Estas três conclusões, que já conhecíamos, não foram em momento algum desmentidas”, frisou. Brilhante Dias considerou ter ficado igualmente claro que “houve um telefonema” entre Galamba e Mendonça Mendes, mas que “desse telefonema nada relevou para a intervenção dos serviços de informação”.

Referindo-se às declarações de Mendonça Mendes, Brilhante Dias disse que, no telefonema, houve uma “listagem de entidades”, que terá incluído os serviços de informações, mas ficou claro que quem devia “fazer a avaliação em concreto” sobre a quem recorrer era o ministério das Infraestruturas, porque era quem conhecia “o material classificado”.

“O senhor secretário de Estado ainda hoje disse que, em concreto, não poderia dar nenhuma informação até porque não conhecia de facto quais eram os documentos e muito menos está no âmbito das suas competências”, referiu. Neste contexto, o líder parlamentar do PS considerou que, perante estes quatro pontos, “não se percebe como é que a oposição quer continuar a alimentar esta novela, este folhetim, em vez de se centrar nas questões que são essenciais aos portugueses”.

“Sinceramente, depois de um dia como hoje, em que, com as palavras do ministro Pedro Nuno Santos, nós percebemos que a privatização da TAP em 2015 é uma privatização que oculta que quem tinha o risco era o Estado, continuamos a falar de um caso que está mais do que esclarecido”, sublinhou.

Brilhante Dias lamentou que o principal partido da oposição, em referência ao PSD, ainda não tenha comentado, “uma única vez, os dados da economia portuguesa”, em referência aos dados do primeiro trimestre deste ano divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). “Estamos a alimentar uma novela e esta novela, hoje, nós já sabíamos como é que terminava. Já sabíamos que os partidos à direita terminariam, independentemente da audição, com a mesma conclusão”, vincou, em referência aos pedidos de demissão de PSD, Chega e IL.

Questionado se, visto que Mendonça Mendes afirmou que não tinha elementos para sugerir um reporte ao SIS, isso não implica que João Galamba tenha mentido à comissão de inquérito à TAP ao dizer que foi o secretário de Estado que lhe indicou que acionasse as ‘secretas’, Brilhante Dias negou.

“Inferir que mentiu parece uma precipitação, eu acho que isso não faz sentido”, respondeu, reiterando que, no telefonema com Mendonça Mendes, foram “listadas entidades” num quadro abstrato, entre as quais “seguramente os serviços de informações”. “Em concreto, a decisão é do titular do gabinete e, neste caso, porque tinha essas competências, o sistema de informações foi acionado pela chefe de gabinete” de João Galamba, disse.

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