“A CGD vai voltar a ter resultados expressivos este ano”

Paulo Macedo é um dos nomeados dos IRGAwards 2023, na categoria de CEO Award. Em entrevista ao ECO, o gestor pede mais concorrência do mercado de capitais e dos fundos de private equity.

Paulo Macedo é presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos [CGD] desde 2017, está no segundo mandato e vai apresentar, pelo segundo ano consecutivo, lucros relevantes. Macedo, um dos nomeados aos IRGAwards 2023 na categoria de CEO Award, revela em entrevista ao ECO que “a Caixa vai apresentar novamente resultados bastante expressivos“, mas o gestor lembra que o banco público registou seis anos de prejuízos seguidos. “Portanto, é bom ver também os períodos de tempo mais alargados“.

Só este ano é que vamos passar a cobrir os prejuízos desde 2011 e, portanto, ficar com uma rentabilidade de 0,1% ou 0,2%“, afirma Paulo Macedo. Em 2022, a CGD lucrou 843 milhões de euros. “Estamos numa fase sólida, com capital dos mais sólidos em termos europeus, com uma rentabilidade que também vai ser, e é, satisfatória e com um custo do risco controlado”, acrescenta, lembrando que as decisões que são tomadas hoje têm em vista os próximos anos.

Paulo Macedo rejeita a ideia de favoritismo ou privilégio do banco público. “A partir do momento em que somos supervisionados pelo BCE, tem exatamente as mesmas regras em termos de exigências de capital, em termos de exigências de rentabilidade…”, e aponta algumas obrigações que não são exigidas aos bancos privados: “Por exemplo, independentemente do encerramento da agência A ou da agência B, a nossa presença nos concelhos do país é relevante e, por exemplo, só no interior temos o dobro das agências do banco a seguir a nós (…) se fosse apenas um ponto de vista totalmente racional, não as teríamos“.

Sente a pressão política e mediática? “Eu leio jornais…. e estou atento. Tento separar algumas coisas, porque, sobre a CGD, toda a gente tem uma opinião, há pessoas que defendem que deve ser imediatamente privatizada, há outros que dizem que deve intervir muito mais na economia“.

O presidente da CGD — já tinha sido líder da Autoridade Tributária, administrador do BCP e ministro da Saúde — rejeita a ideia de que não há concorrência entre os bancos. “A banca, primeiro que seja perdoada, vai demorar mais de uma década“, admite. Mas também é crítico do ambiente geral do país contra as empresas e setores que geram lucros. “Nós vemos um setor com lucro e parece que temos que o condenar imediatamente (…) Portanto, não vale a pena dizer que o sistema financeiro ganhou muito dinheiro, houve gente que ganhou muito dinheiro, agora a banca…”.

E a concorrência? Macedo puxa pela concorrência nas condições oferecidas no crédito à habitação, mas aponta falta de concorrência noutros pontos. “Falta concorrência no mercado de capitais, temos ainda falta de concorrência nos private equity, ou seja, temos falta de alternativa ao financiamento bancário“.

 

Os nomeados da 35ª edição dos IRGAwards são os seguintes (por ordem alfabética):

Nomeados ao CEO Award

  • António Rios de Amorim (Corticeira Amorim)
  • João Manso Neto (Greenvolt)
  • Miguel Maya (Banco Comercial Português)
  • Paulo Macedo (Caixa Geral de Depósitos)

Nomeados ao CFO Award

  • Ana Luísa Virgínia (Jerónimo Martins)
  • Cristina Rios de Amorim (Corticeira Amorim)
  • Miguel Bragança (Banco Comercial Português)
  • Rui Teixeira (EDP)

Nomeados ao Investor Relations Officer Award

  • Cláudia Falcão (Jerónimo Martins)
  • Bernardo Collaço (BCP)
  • Miguel Viana (EDP)
  • Otelo Ruivo (Galp)

Os vencedores da 35ª edição dos IRGAwards serão deliberados pelo Júri, liderado por Vítor Bento e que integra Álvaro Nascimento, António Esteves, Céline Abecassis-Moedas, Duarte Pitta Ferraz, João Moreira Rato, Luís Amado, Nuno Fernandes e Patrícia Teixeira Lopes.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

“A CGD vai voltar a ter resultados expressivos este ano”

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião